Mais de 200 indígenas foram mortos no Brasil em 2023
Em 2023, no Brasil foram assassinados 208 indígenas, um aumento de 15% em relação ao ano anterior, quando foram registradas 180 mortes, segundo o "Relatório de Violência contra os Povos Indígenas" apresentado na segunda-feira pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
Além disso, foram registrados 1.276 casos de violência contra o patrimônio, 150 por direitos territoriais, 276 por invasões, exploração ilegal de recursos naturais e danos patrimoniais diversos.
Por outro lado, das 1.381 terras e demandas territoriais indígenas existentes no Brasil, a maioria (62%) continua com pendências administrativas para sua regularização.
É HOJE: O Cimi lança, na próxima segunda (22) às 14h30, o Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil – dados de 2023. O lançamento ocorrerá na sede da CNBB, em Brasília (DF), e será transmitido ao vivo pelo youtube do Cimi. pic.twitter.com/2PnXmOmRYQ
— Cimi (@ciminacional) July 22, 2024
Atualmente, existem 850 terras indígenas com resoluções pendentes. Entre elas, ainda não têm nenhuma providência do Estado para sua demarcação, destaca o texto.
Segundo o relatório do Cimi, o estado de Roraima, com 47 assassinatos, lidera no país, seguido por Mato Grosso do Sul onde foram registrados 43 mortes, enquanto no estado de Amazonas ocorreram 36 assassinatos.
Anteriormente, as autoridades brasileiras enviaram duas missões de especialistas em mediação de conflitos de terra para os estados do Mato Grosso do Sul e Paraná, após os confrontos entre indígenas e proprietários rurais resultar em vários feridos.
O Ministério dos Povos Indígenas disse em um comunicado publicado em 15 de julho que os especialistas viajaram para a área para prevenir a violência e apoiar os povos Guarani Kaiowá e Avá Guarani, cujos direitos foram violados e agora estão tentando recuperar a terra.