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Esse país do Oriente Médio apressa a saída das tropas dos EUA

Os EUA têm cerca de 2.500 soldados no país árabe, que foram enviados sob o pretexto de combater os terroristas do Estado Islâmico.
Esse país do Oriente Médio apressa a saída das tropas dos EUAGettyimages.ru / Murtadha Al-Sudani/Anadolu Agency

As autoridades do Iraque querem que as tropas dos Estados Unidos, que chegaram ao país há uma década para combater o Estado Islâmico (EI)*, comecem a se retirar do país em setembro deste ano e encerrem oficialmente o trabalho da coalizão internacional que lideram até setembro do ano que vem, informa a Reuters com referência a fontes iraquianas e norte-americanas com conhecimento do assunto. De acordo com a agência, a questão está sendo discutida em uma cúpula que será realizada esta semana em Washington, mas até agora as partes não chegaram a um acordo formal.

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, confirmou na segunda-feira que o Diálogo de Cooperação de Segurança Conjunta EUA-Iraque está sendo realizado esta semana na capital dos EUA com a participação do lado iraquiano e de representantes do Departamento de Defesa dos EUA, mas se recusou a entrar em detalhes ou especificar a data exata.

"Teremos uma declaração a ser emitida após a reunião, mas continuamos comprometidos com o processo da comissão militar sênior que começou em agosto. Acredito que [...] esse processo é para determinar como a missão militar da coalizão fará a transição com base na ameaça do Estado Islâmico, nos requisitos operacionais e ambientais e nas capacidades das forças de segurança iraquianas. Mas não tenho mais detalhes para dar sobre isso", afirmou.

Sob o pretexto de combater o EI

As forças lideradas pelos EUA invadiram o Iraque em 2003 para derrubar Saddam Hussein e se retiraram em 2011, mas voltaram novamente em 2014 liderando uma coalizão internacional sob o pretexto de combater o EI. Desde então, elas permaneceram no território do país árabe, apesar dos esforços de suas autoridades para pôr fim à sua presença. Já em 2020, o Iraque exigiu que os EUA retirassem suas tropas.

No início deste ano, o primeiro-ministro do Iraque, Mohammed Shia al Sudani, declarou que seu país estava negociando para que as forças militares lideradas pelos EUA deixassem o Iraque de forma rápida e ordenada após o Governo iraquiano ter decidido que a coalizão deveria deixar o Iraque.

No entanto, o Comando Central do Exército dos EUA (CENTCOM) relatou esta semana um "aumento nos ataques" do EI "após vários anos de capacidade reduzida" e disse que realizou "196 missões para derrotar o EI" no Iraque e na Síria no primeiro semestre deste ano, resultando na morte de 44 membros do grupo terrorista e 166 prisões.

Atualmente, os EUA têm cerca de 2.500 soldados no Iraque, distribuídos em três bases principais em Bagdá, na província ocidental de Anbar e na região norte do Curdistão iraquiano. De acordo com fontes da Reuters, é provável que alguns militares dos EUA permaneçam no Iraque como forças consultivas.

*Reconhecido na Rússia como um grupo terrorista.