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"Histórico": Grupos palestinos assinam acordo de reconciliação para formar um Governo unido

A assinatura do documento, com a participação do Hamas e o Fatah, foi intermediada por Pequim.
"Histórico": Grupos palestinos assinam acordo de reconciliação para formar um Governo unidoAP / Pedro Pardo

Os representantes de 14 grupos palestinos assinaram a "Declaração de Pequim sobre o fim da divisão e o fortalecimento da unidade nacional palestina" nesta terça-feira, informou o Ministério das Relações Exteriores da China. Assim, graças à mediação do gigante asiático, os líderes do Hamas e do Fatah, que têm rivalizado entre si desde que o Hamas venceu as eleições legislativas em 2006, reuniram-se esta semana em Pequim pela segunda vez consecutiva em menos de três meses e participaram da assinatura do documento.

O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, classificou a assinatura do acordo como "um momento importante e histórico na causa da libertação da Palestina" e enfatizou que era "um passo importante para promover a resolução da questão palestina e alcançar a paz e a estabilidade no Oriente Médio".

"A China espera sinceramente que os grupos da Palestina consigam estabelecer um Estado palestino independente o mais rápido possível com base na reconciliação interna, e está pronta para fortalecer a comunicação e a coordenação com as partes relevantes para fazer esforços conjuntos para implementar a Declaração de Pequim alcançada hoje", acrescentou.

Palestina independente

O pacto tem como objetivo trabalhar em conjunto para a "unidade nacional abrangente" e o estabelecimento de um Estado palestino independente, com Jerusalém como sua capital, informa a mídia árabe Al Mayadeen.

O documento, entre outros pontos, prevê a formação de um Governo temporário com o consenso nacional de todas os grupos que unirão as instituições em um único Estado e liderarão a reconstrução da Faixa de Gaza, devastada pela ofensiva israelense em curso. Essa medida também aproximaria a realização de eleições gerais, acrescenta.

Além de representantes das 14 principais facções palestinas, a cerimônia de encerramento contou com a presença de enviados à China da Rússia, Egito, Argélia, Arábia Saudita, Catar, Jordânia, Síria, Líbano e Turquia.

Reação israelense

O Ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, criticou na terça-feira a assinatura do acordo na China, dizendo que o Hamas e o Fatah o assinaram "para controlar conjuntamente Gaza após a guerra". Em sua opinião, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, "ao invés de de rejeitar o terrorismo, [...] abraça os assassinos e estupradores do Hamas, revelando seu verdadeiro rosto".

Katz disse que esses movimentos palestinos não serão capazes de controlar o enclave "porque o governo do Hamas será esmagado e Abbas estará observando Gaza de longe". "A segurança de Israel permanecerá somente nas mãos de Israel", concluiu.