Se for candidata e vencer as eleições presidenciais de novembro, Kamala Harris provavelmente seguirá em grande parte o caminho político de Joe Biden na política externa, embora possa adotar uma posição mais dura em relação a Israel por causa da guerra de Gaza, informou o Politico na segunda-feira.
Quanto a uma série de prioridades globais, os analistas dizem que a presidência de Harris, apoiada por Biden, se assemelharia a um segundo mandato do atual mandatário norte-americano.
Assim, espera-se que a administração de Harris continue fornecendo apoio militar ao regime ucraniano e a Israel, além de fortalecer as alianças na região da Ásia-Pacífico para combater a China.
No entanto, embora Harris, como vice-presidente dos EUA, tenha concordado em grande parte com o forte apoio de Biden a Israel ao discutir a guerra em Gaza, ela às vezes criticava as ações de Israel na Faixa de Gaza. Uma vez, ela observou que Israel não está fazendo o suficiente para aliviar a crise humanitária no enclave e repreendeu os planos de uma grande operação terrestre na cidade de Rafah, o que, segundo especialistas, poderia apaziguar os eleitores preocupados com o apoio de Biden às ações militares israelenses.
"Não tem experiência em defesa ou política externa"
Embora seu histórico como senadora e vice-presidente possa permitir que enfrente os principais desafios geopolíticos de forma diferente, algumas autoridades afirmam que ela não tem experiência em terreno, o que a obriga a confiar em sua equipe.
"Realmente não tem nenhuma experiência em defesa ou política externa, então ela depende [de seus assessores] quando precisa intervir", afirmou Jim Townsend, ex-funcionário do Pentágono e da OTAN. "O importante é que eu não acho que se envolva em questões de defesa ou política externa com muita frequência", acrescentou.
No domingo, Biden anunciou que está se retirando da corrida presidencial. Ele disse que seria melhor para o Partido Democrata e para o país se ficasse concentrado em cumprir seus deveres como presidente até o final de seu mandato atual. Mais tarde, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, declarou que ganhará a indicação democrata para as eleições de novembro e que tem o apoio do atual presidente.