Por que a Índia quer explorar o Oceano Pacífico? Entenda a intenção

Nova Delhi planeja iniciar a exploração do mar profundo entre o México e o Havaí em busca de minerais necessários para fabricar carros elétricos e painéis solares.

A Índia solicitará licenças para explorar minerais em águas profundas no Oceano Pacífico, pois busca garantir o fornecimento de minerais essenciais para a transição energética, disse um cientista indiano à Reuters.

Nova Delhi planeja se concentrar na zona Clarion-Clipperton, uma vasta planície abissal entre o Havaí e o México, conhecida por abrigar grandes volumes de nódulos polimetálicos contendo minerais usados em veículos elétricos e painéis solares.

Atualmente, o país possui duas licenças de exploração em águas profundas no Oceano Índico. A Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos concedeu apenas 31 dessas licenças, mas ainda não permitiu que ninguém extraísse os minerais, devido à falta de padrões estabelecidos.

A Rússia, a China e vários países insulares já obtiveram licenças para explorar o leito marinho do Pacífico.

Especialistas dizem que, ao contrário da China, a Índia não tem experiência em mineração em mar profundo e precisará de pelo menos três ou quatro anos antes de estar pronta para extrair minerais das profundezas do oceano.

O funcionário indiano também disse à agência que Nova Delhi também espera receber mais duas licenças de exploração para o Oceano Índico este ano, com foco nas regiões de Carlsberg Ridge e Afanasy-Nikitin Seamount, conhecidas por seus depósitos de sulfeto polimetálico e crostas de ferromanganês.

Os depósitos de sulfeto polimetálico contêm metais como cobre, ouro, prata e zinco, enquanto as crostas de ferromanganês são conhecidas por conter cobalto, níquel, manganês, platina e elementos de terras raras, entre outros recursos.

A Índia, que depende da importação de matérias-primas como cobre e lítio, listou 24 minerais como "essenciais" para sua transição energética.