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Nestlé é acusada de vender água contaminada com fezes

Uma investigação independente revela que a empresa multinacional cometeu fraudes por pelo menos 15 anos.
Nestlé é acusada de vender água contaminada com fezesGettyimages.ru / CFOTO

A Nestlé Waters teria utilizado métodos ilegais para filtrar água durante pelo menos 15 anos, gerando uma fraude fiscal sem precedentes de 3 bilhões de euros (cerca de 18 bilhões de reais), relatou recentemente a plataforma de investigação independente Mediapart.

Desde 2005, a multinacional vendeu 18 bilhões de garrafas de água, cuja qualidade é duvidosa devido à utilização de métodos de filtragem de água contaminada proibidos na França desde a década de 1990.

De acordo com os resultados da investigação recente, as fontes de água utilizadas pela Nestlé na França estavam contaminadas com bactérias fecais e pesticidas. Porém, após o tratamento inadequado, a empresa teria vendido o produto sob o disfarce de água mineral natural.

Embora a fraude fiscal acumulada da Nestlé ascenda a mais de 3 mil milhões de euros, a mesma empresa nega todas as acusações e números obtidos pela plataforma de investigação

"Rejeitamos firmemente os números e o método de cálculo da Mediapart", disse um porta-voz da Nestlé ao Bild, alegando que todos os produtos da multinacional "podem ser consumidos sem qualquer receio, uma vez que a sua composição corresponde à descrição no rótulo".

Em fevereiro deste ano, os defensores dos consumidores moveram uma ação judicial contra a empresa e o produtor francês de água mineral. "A Nestlé teria vendido durante décadas bihões de garrafas de água que não tinham nenhuma relação com água mineral natural na França, na Europa e mesmo em todo o mundo, e os consumidores não tinham ideia", afirma Ingrid Kragl da Foodwatch France, uma organização focada em alimentos e proteção dos direitos do consumidor.

Por seu lado, a Comissão Europeia está prestes a publicar no dia 24 de julho o seu relatório sobre uma investigação a este respeito que foi realizada após as autoridades francesas de segurança alimentar terem apontado possíveis riscos para a saúde há alguns meses, informa o Bild.