Argentinos exigem explicações após Governo Milei enviar ouro das reservas ao exterior

"Não se sabe nada" sobre as movimentações, explicou um especialista à RT.

Diferentes setores da sociedade civil e da política exigiram maiores informações após Luis Caputo, ministro da Economia da Argentina, ter confirmado que o país latino-americano sacou ouro das reservas nacionais e o enviou para a capital britânica, Londres.

À RT, Alexis Román Kalczynski, coordenador de políticas institucionais da Casa de la Provincia de Tierra del Fuego, atentou para a falta de transfêrencia por trás da remessa, afirmando que "não se sabe nada" sobre as movimentações. 

"O ministro da Economia revelou que, de fato, havia saído ouro da República da Argentina ao exterior, sem especificar absolutamente mais nada. Isto é, sem saber efetivamente quanto ouro argentino perdemos de nossa jurisdição, de nossa tenência, sem dizerem quais são os supostos benefícios que consideram que esse capital terá no exterior". 

O especialista observou ainda que existe todo um procedimento que deve ser formalizado junto ao Banco Central para que a remessa seja efetivada. "Nada disso se encontra esclarecido, e a verdade é que os funcionários do Banco Central e do Ministério da Economia têm muito a responder". 

O caso "atenta diretamente contra a soberania argentina", alerta Kalczynski, apontando para o fato de que Buenos Aires detém o equivalente a cerca de US$4,6 bilhões em ouro. 

A coalizão política Unión por la Patria, liderada por Cristina Kirchner e Sergio Massa, emitiu um comunicado exigindo a suspensão do envio das reservas até que seja apresentado um detalhamento sobre os tipos de operações e riscos envolvidos. "As reservas de ouro do Banco Central pertencem a todo o povo argentino, e não a um punhado de especuladores", lê-se no documento.