Zelensky liga para Trump após a oficialização de sua candidatura pelo Partido Republicano

Os dois discutiram temas como o conflito ucraniano e a tentativa de assassinato contra Donald Trump.

Na sexta-feira, o líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, ligou para Donald Trump, que um dia antes, foi oficialmente nomeado como candidato do Partido Republicano à presidência. Trata-se da primeira conversa entre eles desde que o norte-americano deixou a Casa Branca, segundo a imprensa dos EUA.

Em uma publicação em sua rede social, a Truth Social, o ex-presidente agradeceu ao ucraniano por "ter entrado em contato", acrescentando que foi uma "ótima conversa". "Como o próximo presidente dos EUA, eu trarei paz ao mundo e um fim à guerra que custou tantas vidas e devastou incontáveis famílias inocentes. (...) Os dois lados poderão se unir e negociar um acordo que acabe com a violência e abra caminho para a prosperidade", concluiu.

Trump também informou que Zelenky comemorou a "união" demonstrada pelos norte-americanos depois da tentativa de assassinato contra o candidato republicano.

Por sua vez, o líder do regime ucraniano falou sobre a conversa em uma publicação no X. "Concordamos com o presidente Trump em discutir em uma reunião pessoal quais medidas podem tornar a paz justa e realmente duradoura", afirmou.

Preocupação?

Especula-se que a ligação de Zelensky seja motivada por um sentimento de preocupação, tendo em vista que a campanha do candidato republicano colocou a assistência militar norte-americana à Kiev em cheque repetidas vezes. 

Durante sua participação em um programa de podcast em janeiro, Donald Trump Jr, filho mais velho do ex-presidente, afirmou que a única maneira de acabar com o conflito na Ucrânia e forçar Kiev a negociar é "cortar o dinheiro". ''Estamos literalmente criando uma classe oligárquica de bilionários na Ucrânia, através daquilo que está sendo desviado. E enquanto isso, eles enviam jovens para morrer como bucha de canhão na linha de frente, porque não poderiam se importar menos", argumentou à época.

Trump Jr. garantiu que o ex-mandatário encerraria a remessa de dinheiro dos EUA aos ucranianos caso voltasse à Casa Branca. "Meu pai falaria tipo: ei, vocês tem, tipo, mais um mês disso aqui [apoio financeiro], e se vocês não se sentarem na mesa de negociação, acabou", disse.

James Vance, senador de Ohio escolhido por Trump para ser vice na chapa republicana, possúi opiniões semelhantes. 

"Há pessoas que cortariam da previdência social, jogariam nossos avós na pobreza, pra quê? Para que um dos ministros de Zelensky possa comprar um iate maior?", indagou Vance em uma entrevista.