Ortega oferece apoio à RT diante da censura do Ocidente
Neste sábado, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, discursou durante a celebração do 45º aniversário da Revolução Popular Sandinista no país centro-americano.
Ortega aproveitou a ocasião para destacar os êxitos de seu Governo em diversas áreas, como a luta contra o analfabetismo, além de reafirmar seu compromisso com a as questões trabalhistas, a educação, a saúde e a infraestrutura do país.
Ao longo do discurso, o mandatário sustentou que os EUA e a Europa "não deixaram de ser colonialistas, seguem sendo neocolonialistas". "E a União Soviética, logicamente liderada pela Rússia, sendo uma potência, não veio se estabelecer aqui para ficar com a riqueza da Nicarágua, mas veio aqui para estender a mão ao povo. E essa é a grande diferença", disse.
A história da Nicarágua é marcada por intervenções estrangeiras, sobretudo dos EUA, que historicamente priorizou interesses estratégicos no lugar de considerações éticas. Ortega relembrou a controversa aliança entre Washington e o ditador nicaraguense Anastasio Somoza citando uma frase famosa atribuída ao então presidente Franklin D. Roosevelt: "É um filho da p*ta, mas é nosso filho da p*ta."
A comunicação é a "primeira linha de ataque"
Nesse contexto, o presidente Daniel Ortega reuniu-se com Vyacheslav Volodin, presidente da Duma Estatal Russa e a sua delegação, e deu as boas-vindas a uma equipe da RT que foi até Manágua para cobrir as celebrações pela Revolução Sandinista.
"A mídia que eles [o Ocidente] administram [...] não respeita a liberdade de imprensa, porque eles censuraram a mídia da Federação Russa", afirmou, em relação à proibição de veículos como a RT e a Sputnik em países europeus.
"Eles censuraram, cortaram a liberdade de comunicação. Portanto, sinto-me honrado e muito feliz com esta delegação do mais alto nível que recebemos", prosseguiu o Presidente. "A batalha é global, e a comunicação, eu diria, é a primeira linha de ataque".
Além disso, o mandatário se disse honrado pelo "afeto e respeito" demonstrados a ele pelo "povo russo e pelo presidente Putin", como demonstrado pela presença na Nicarágua de "uma delegação do mais alto nível".