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China reage após os EUA oficializarem a desinformação como ferramenta militar

Pequim apontou para os impactos das práticas norte-americanas, sobretudo nos países em desenvolvimento.
China reage após os EUA oficializarem a desinformação como ferramenta militarAP / Kin Cheung

Lin Jian, porta-voz da chancelaria da China, afirmou que Washington deveria "abandonar imediatamente" suas abordagens e "parar de manipular as percepções por meio de mentiras e parar de difamar e vilanizar outros países".

"Os EUA deveriam dar uma explicação há muito tempo esperada à comunidade internacional, tanto por sua disseminação de desinformação ao longo dos anos por motivos egoístas quanto pelos graves danos infligidos pela estratégia de 'Enganação' dos EUA aos países em desenvolvimento", afirmou Jian durante uma coletiva de imprensa na sexta-feira. 

As declarações do alto diplomata chinês ocorrem após a imprensa especializada dos EUA ter divulgado que a Marinha norte-americana oficializou sua última doutrina, chamada "Enganação". Trata-se de uma tática empregada com o objetivo de enganar os adversários e criar desinformação.

Washington não demonstrou esforço algum para ocultar a utilização da prática. Jeffrey Hill, oficial da Inteligência norte-americana e principal autor da doutrina, já afirmou em uma entrevista que "a enganação definitivamente está em nosso leque de ferramentas, e se você não está enganando, não está lutando".

Campanha de desinformação contra vacinas chinesas

Enquanto discorria sobre a oficialização, o porta-voz da chancelaria chinesa relembrou sobre a campanha secreta antivacina que os EUA conduziram para prejudicar a China, em referência aos fatos tornados públicos pela agência Reuters em junho deste ano.

À época, o veículo norte-americano revelou que o Exército dos EUA lançou uma campanha clandestina, em meio ao auge da pandemia de covid-19, visando desacreditar "o que percebia como a crescente influência da China nas Filipinas, uma nação especialmente atingida pelo vírus mortal".

Nesse contexto, teriam sido usados "pelo menos 300" perfis falsos nas redes sociais para criticar a qualidade das máscaras e dos kits de teste fabricados na China, bem como a eficácia e a segurança da primeira vacina disponível nas Filipinas: a Sinovac.

''Quem está espalhando desinformação em todo o mundo? Quem está travando a batalha da percepção contra determinados países? Quem está lançando ataques cibernéticos e guerra de informações no mundo? Avançar com uma agenda egoísta em nome da justiça, disseminar a desinformação por meio de propaganda enganosa e enquadrar e reprimir outros países por meio da manipulação da opinião pública e da percepção se tornaram as táticas dos EUA", afirmou Jian.

"O mundo sabe o que os EUA estão fazendo e está vigilante contra eles. Já se foram os dias em que os EUA podiam enganar o mundo para que servisse à sua agenda", concluiu o diplomata.