Ministro israelense: "Não existe tal coisa como um povo palestino"
O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, disse na quarta-feira, na sessão plenária do Knesset, o Parlamento israelense, que um Estado palestino não pode ser estabelecido porque "não existe tal coisa como um povo palestino".
Durante seu discurso, o ministro israelense afirmou que o povo palestino não existe porque não tem história, nem patrimônio, nem governante. "Historicamente, esse povo não existia. Legalmente, internacionalmente, esse povo não existe", disse Smotrich, referindo-se a cinco parâmetros que definem um povo.
"A Palestinian state cannot be established because there is no such thing as a Palestinian People"You need to listen very carefully to Bezalel Smotrich's ignorant and arrogant words - that is the mainstream Zionist view of Palestinians, and it has been so since way before 1948. pic.twitter.com/LJxAGZDmJn
— B.M. (@ireallyhateyou) July 18, 2024
"Idioma, moeda, rei. Eu sempre me pergunto: quem foi o primeiro rei palestino? Patrimônio, história", continuou, afirmando que "o movimento nacional palestino foi estabelecido pelo mufti como um contra-movimento ao movimento sionista". "Eles [os árabes] migraram para a terra de Israel. A propósito, a maioria deles veio seguindo o processo de Shivat Zion, o retorno dos judeus à terra de Israel [após o cativeiro na Babilônia]", concluiu.
Os comentários de Smotrich foram feitos no contexto da votação contra a criação de um Estado palestino, durante a qual a maioria esmagadora do Knesset aprovou uma resolução patrocinada por Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, por 68 votos a favor e nove contra.
Segundo a resolução, país judeu rejeita completamente o estabelecimento de um Estado palestino, mesmo como parte de um acordo negociado com Israel. "O Knesset de Israel se opõe veementemente ao estabelecimento de um Estado palestino a oeste da Jordânia. O estabelecimento de um Estado palestino no coração da terra de Israel representará um perigo existencial para o Estado de Israel e seus cidadãos, perpetuará o conflito israelense-palestino e desestabilizará a região", diz o texto da decisão.