Notícias

Peru vai monitorar embarcações estrangeiras por satélite após alegações de pesca ilegal

A medida ocorre após o setor pesqueiro ter registrado a presença irregular de duas embarcações chinesas na costa do país.
Peru vai monitorar embarcações estrangeiras por satélite após alegações de pesca ilegalGettyimages.ru / VCG

O ministro da Produção do Peru, Sergio González, anunciou que embarcações estrangeiras serão monitoradas com um sistema de satélite para "prevenir e desencorajar" a pesca ilegal no mar peruano após a presença de embarcações chinesas ter sido relatada na costa norte.

"Fica estabelecida a obrigação de que qualquer embarcação estrangeira, independentemente de sua bandeira, tenha um sistema de controle por satélite que nos permita identificar a velocidade em que se encontra. Se estão em velocidade de pesca ou de cruzeiro, para que possamos tomar as medidas legais cabíveis", afirmou o ministro em uma coletiva de imprensa realizada nesta semana.

González acrescentou que o objetivo é "desencorajar e regular essas possíveis janelas que algumas embarcações estrangeiras poderiam ter".

O ministro também comentou que qualquer embarcação que entre no mar sob a soberania peruana deve ser controlada por satélite e pelas autoridades nacionais. González acrescentou ainda que a população tem "10 dias para fazer contribuições" à minuta do decreto, que entrará em vigor no final de agosto.

"Concorrência desleal"

O presidente do Comitê de Pesca e Aquiculturada Sociedade Nacional de Indústrias (SNI, na sua sigla em espanhol), Alfonso Miranda, denunciou esta semana em vários meios de comunicação que duas embarcações chinesas estavam operando em uma zona proibida para barcos de pesca estrangeiros na baía de Sechura.

Miranda destacou que essas embarcações não têm o dispositivo de satélite que deveriam ter para serem rastreadas, e sua presença tem afetado a produção dos pescadores artesanais locais.

"Isso gera uma concorrência desleal, também porque esses barcos pescam recursos hidrológicos e competem nos mercados com subsídios de combustível, com subsídios na construção e com esse custo de mão de obra, praticamente escravo, com o qual também não podemos competir", afirmou.