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Parlamento Europeu valida Ursula von der Leyen para um segundo mandato como chefe da Comissão Europeia

A política alemã é uma das vozes mais críticas contra Moscou e um aliado incontestável de Kiev.
Parlamento Europeu valida Ursula von der Leyen para um segundo mandato como chefe da Comissão EuropeiaGettyimages.ru / Philipp von Ditfurth / picture alliance

O Parlamento Europeu votou a favor da validação de um segundo mandato para Ursula von der Leyen como presidente da Comissão Europeia, com 401 votos a favor, 284 contra e 15 abstenções.

Antes da votação nesta quinta-feira, a presidente pediu "a criação de uma verdadeira união de defesa europeia".

Observando que a OTAN continua sendo o pilar da defesa coletiva, Von der Leyen criticou os membros da UE por gastarem muito pouco em suas próprias forças armadas e "demasiado no exterior", referindo-se à proporção esmagadora de empreiteiras norte-americanas nos programas de aquisições de defesa do continente.

Segundo Ursula von der Leyen, a Europa deveria investir mais em capacidades avançadas de defesa e evocou a ideia de desenvolver um escudo europeu de defesa aérea, uma ideia que apresentou no início deste ano.

Ela também pediu a criação de um comissariado europeu para defesa, preparação de um documento sobre o futuro da defesa europeia e a triplicação da Guarda Europeia de Fronteiras e Costeira, para 30.000.

Em seu discurso no Parlamento, a presidente criticou a recente viagem do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, a Moscou, que descreveu como uma "missão de apaziguamento". 

Após afirmar que "a Rússia está continuando sua ofensiva", se referiu aos recentes ataques aéreos contra Kiev como "uma mensagem assustadora para todos" na Europa, enquanto pedia uma resposta "igualmente clara". "A Europa estará ao lado da Ucrânia pelo tempo que for necessário", enfatizou.

''Você deveria estar presa''

As intervenções que precederam a votação destacaram-se por críticas incisivas às políticas de Von der Leyen. A eurodeputada francesa Manon Aubry denunciou que a alemã forteleceu "políticas de austeridade" que prejudicaram os serviços públicos no continente europeu. "Você agiu para garantir a transparência diante da força dos lobistas? Não", acrescentou.

Por sua vez, Ewa Zajaczkowska, eurodeputada pela Polônia, acusou seu Pacto Ecológico de "destruir a economia e a agricultura", fazendo com que os cidadãos da UE se tornem "cada vez mais pobres". 

Zajaczkowska também afirmou que Von der Leyen "deveria estar presa" por ter promovido o Pacto de Migração. "[Von der Leyen] é responsável por toda a tragédia causada pelo fluxo de imigrantes ilegais", disse, evocando "estupro e abuso".