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EUA monitoraram Lula durante décadas, produzindo mais de 800 documentos e 3.300 páginas

As informações foram fornecidas pelo Governo dos EUA ao escritor e jornalista Fernando Morais, biógrafo do presidente brasileiro.
EUA monitoraram Lula durante décadas, produzindo mais de 800 documentos e 3.300 páginasGettyimages.ru / Ton Molina / NurPhoto

Os Estados Unidos monitoraram o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva por cinco décadas, acumulando um importante arquivo sobre sua atuação política e sindical: pelo menos 819 documentos, totalizando 3.300 páginas.

O jornal Folha de S. Paulo informa que essas informações foram fornecidas pelo Governo dos Estados Unidos a pedido de Fernando Morais, biógrafo do petista.

A maior parte dos documentos (613) foi produzida pela CIA, embora também haja relatórios do Departamento de Estado, da Agência de Inteligência de Defesa e do Departamento de Defesa, entre outros órgãos.

Os registros cobrem o período entre 1966 (auge da era militar e com Lula em ascensão na carreira sindical) e 2019 - ano em que foi libertado da prisão após a anulação de sua condenação.

Aguardando novos arquivos

De acordo com o jornal brasileiro, Morais ainda não teve acesso à íntegra dos documentos, que incluem relatos sobre a relação de Lula com a ex-presidente Dilma Rousseff, encontros com autoridades chinesas e do Oriente Médio e planos militares brasileiros.

O biógrafo solicitou os documentos por meio de um escritório de advocacia, com base na Lei de Liberdade de Informação dos EUA.

"O presidente ainda estava na prisão quando obtive uma procuração para compilar todos os registros de agências existentes em seu nome", explicou o autor.

Ele também garantiu que todas as informações coletadas nesses documentos serão usadas para o segundo volume da biografia do presidente, após a primeira parte publicada em 2021.