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Panamá fecha cinco passagens de fronteira em Darién com arame farpado e serpentinas

As autoridades centro-americanas afirmam que a medida busca "canalizar" o fluxo migratório para um único local.
Panamá fecha cinco passagens de fronteira em Darién com arame farpado e serpentinasGettyimages.ru / Jorge Calle/Anadolu Agency

As autoridades panamenhas cercaram pelo menos 4,7 quilômetros da fronteira com a Colômbia com arame farpado e serpentinas, incluindo cinco passagens usadas pelo crime organizado "para transportar migrantes" pela perigosa selva de Darién.

"A intenção disso é canalizar esse fluxo, não interromper o movimento migratório, mas poder levá-lo por um único lugar, e para que possamos concentrar nossas capacidades para garantir o movimento seguro dos migrantes quando eles passam por áreas que não estão autorizadas ou preparadas para isso", disse Jorge Gobea, diretor do Serviço Nacional de Fronteiras do Panamá (Senafront), em uma coletiva de imprensa.

O Ministério da Segurança Pública divulgou imagens mostrando policiais uniformizados colocando as cercas perto de um monólito que marca a fronteira entre os dois países.

Na ocasião, Gobea acrescentou que "as rotas através do Darién são perigosas". "Elas têm perigos inerentes à selva, o clima é muito instável e gera muitas fatalidades para os migrantes. Nós alertamos que não é humano atravessar o Darién", completou.

"Afogados no mar"

Segundo o diretor do Senafront, as ações do Panamá na fronteira de 266 quilômetros, um ponto de passagem fundamental para centenas de milhares de migrantes de diferentes países que querem chegar à América do Norte todos os anos, também buscam "identificar e afetar a estrutura do crime organizado" e "resgatar migrantes nas mãos de coiotes [traficantes de pessoas]".

O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, no cargo desde 1º de julho, prometeu fechar a fronteira para os migrantes que chegam ao seu país vindos da Colômbia.

Por sua vez, o presidente colombiano Gustavo Petro expressou sua discordância em várias ocasiões, pois acredita que tal bloqueio só traria "afogamento no mar".

Estima-se que, somente em 2023, mais de 500.000 pessoas passaram pelo Darién, muitas delas vítimas de gangues criminosas e da dureza da selva.