O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, foi criticado por comentários em que minimizou a ameaça enfrentada pelos reféns israelenses mantidos pelo Hamas.
Em uma reunião do gabinete de segurança na terça-feira, o chefe de Governo disse, segundo o Ynet, que não é o Estado judeu que deve se sentir incomodado, mas o Hamas, acrescentando que "os reféns sofrem, mas não morrem".
Uma autoridade israelense citada pelo The Times of Israel, falando sob condição de anonimato, revelou que Netanyahu acredita que é possível garantir a libertação dos reféns "apenas aumentando a pressão" sobre o movimento palestino.
Entretanto, a posição declarada de Netanyahu contradiz as avaliações de alguns ministros de seu Governo. O ministro da Defesa, Yoav Gallant, teria comentado em recentes reuniões a portas fechadas que o destino dos reféns será "selado" se as partes do conflito não chegarem a um acordo sobre um cessar-fogo.
De acordo com o Ynet, Gallant considera que as condições para tal acordo estão maduras, embora acuse Netanyahu de atrasar o processo para garantir o apoio da extrema direita em sua coalizão, sem o qual ele não conseguiria permanecer no poder.
Enquanto isso, o Fórum das Famílias dos Reféns pediu que o primeiro-ministro explicasse suas declarações, que foram descritas como "dolorosas","factualmente incorretas e perigosamente irresponsáveis". "A dura realidade é inegável: os reféns já foram mortos em cativeiro", lembram os familiares, sugerindo que "os reféns podem estar perdendo suas vidas agora mesmo". O grupo considera imperativo que o Governo faça tudo o que estiver ao seu alcance para acelerar a assinatura do acordo, em vez de criar obstáculos.
- Estima-se que um total de 116 reféns israelenses capturados pelos milicianos do Hamas no ataque de 7 de outubro permaneça no enclave palestino, embora nem todos estejam vivos.