Brasileiro reconstrói o rosto do czar russo Ivan, o Terrível

O desenhista brasileiro Cicero Moraes, especialista em reconstrução facial forense, recriou o rosto do primeiro czar russo Ivan IV Vasilyevich (1530-1584), conhecido como Ivan, o Terrível, e publicou os resultados em seu site.

Moraes, citado pelo Daily Mail, explicou ter conseguido reconstruir a aparência do líder russo usando uma combinação de vários métodos. O estudo teria usado dados de doadores vivos para revelar a espessura provável da pele em diferentes pontos do crânio do czar.

Além disso, Moraes aplicou a deformação anatômica digital para combinar o rosto e o crânio de outra pessoa com as proporções de Ivan, o Terrível. "O busto final foi uma combinação de todos esses dados", explicou, acrescentando que "foi uma experiência muito interessante, já que não se tratava apenas de uma aproximação facial, mas de um estudo da história do czar".

Nesse contexto, o especialista se referiu à reconstrução do rosto do czar na escultura criada pelo antropólogo soviético Mikhail Gerasimov, que em 1963 abriu e examinou o túmulo de Ivan IV na Catedral do Arcanjo Miguel. Também enfatizou que seu resultado coincidiu bem com o do cientista da URSS.

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Moraes mencionou que em 2017, foi recuperada a única imagem confiável de Ivan, o Terrível, feita segundo a técnica de gravação em cobre e estampada na parte superior do primeiro exemplar do primeiro livro impresso "Apóstolo", obra de Ivan Fyodorov em 1564.

"Segundo o estudo de Gerasimov, parece que Ivan levava uma vida desordenada, com alimentação excessiva e abuso de álcool. Isso deve ter piorado sua condição nos últimos anos", explicou Moreas, acrescentando que suas características contrastam com a aparência de quando era jovem, quando foi descrito como "alto, com cabelos bonitos, ombros largos, músculos fortes e um rosto agradável".

Também enfatizou que uma grande quantidade de mercúrio foi encontrada no corpo do czar, levando alguns a suspeitar de envenenamento. "Mas, considerando os costumes da época, [a substância] poderia ter sido usada como tratamento para um problema de saúde", explicou.