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Rússia e China realizam exercícios militares conjuntos

Exercícios ocorrem em um contexto de tensões entre a China e a OTAN, que acusa Pequim de trabalhar com Moscou para "minar e remodelar a ordem internacional".
Rússia e China realizam exercícios militares conjuntosSputnik / Serviço de Imprensa do Ministério da Defesa da Rússia

As forças navais russas e chinesas iniciaram exercícios conjuntos no Pacífico, informou o Ministério da Defesa da China no domingo.

Os exercícios de três dias estão sendo realizados perto da cidade chinesa de Zhanjiang. Eles treinarão a capacidade das forças navais de enfrentar ameaças à segurança, manter a estabilidade internacional e regional e impulsionar a parceria estratégica, de acordo com um comunicado.

"A quarta patrulha marítima conjunta no oeste e no norte do Oceano Pacífico" realizada no domingo "não teve terceiros como alvos, e não teve nada a ver com a atual situação internacional e regional", acrescenta-se.

Dois navios da Frota do Pacífico da Rússia estão participando do evento anual, informou a mídia russa na segunda-feira, citando a assessoria de imprensa da frota.

As tripulações realizarão exercícios de defesa aérea e simulações envolvendo aviação antissubmarina, bem como reabastecimento em movimento e treinamento de resgate no mar.

Tensões com a OTAN

A cooperação naval ocorre em meio às crescentes tensões entre a China e os membros da OTAN. Em um documento adotado após a cúpula da semana passada em Washington, o bloco liderado pelos EUA alegou que Pequim tem trabalhado com Moscou para "minar e remodelar a ordem internacional baseada em regras". O comunicado também afirma que a China tem fornecido materiais e componentes de uso duplo aos fabricantes de armas russos em meio ao conflito com a Ucrânia.

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, rejeitou as alegações como "infundadas", insistindo que Pequim "sempre foi uma força de paz e estabilidade na comunidade internacional". Wang pediu à OTAN que se concentre no diálogo e no estabelecimento de "confiança mútua", em vez de lançar alegações contra Pequim.

O Governo chinês rejeitou repetidamente a narrativa do Ocidente sobre o conflito na Ucrânia, que é apresentado como um ato de agressão não provocado pela Rússia. Ao invés disso, Pequim citou a expansão da OTAN na Europa como a principal causa. 

O comércio entre a Rússia e a China cresceu muito desde que o Ocidente impôs uma série de sanções contra Moscou, forçando muitas empresas estrangeiras a deixar o país.