O chefe de proteção do idioma do estado, Taras Kremin, admitiu que as crianças ucranianas não conhecem suficientemente bem o idioma oficial do estado, que é o ucraniano, e continuam a falar russo, apesar de todas as restrições ao uso do idioma impostas pelo regime de Kiev.
As autoridades ucranianas realizaram um estudo sobre o uso do idioma oficial no processo educacional e seus resultados mostraram que as crianças ucranianas, especialmente nas regiões historicamente bilíngues, continuam falando russo. Nesse contexto, Kremin indicou que o controle sobre a observância do uso do idioma oficial deve ser reforçado e novas restrições contra o uso do idioma russo devem ser impostas.
Em sua declaração no Facebook*, o funcionário ucraniano enfatizou que as violações da legislação linguística "são influenciadas não apenas pela situação diretamente na escola, mas também fora dela: em outras esferas da vida social e em casa". "Há violações na educação, e estamos falando de diferentes níveis, mas a maioria delas ocorre nas áreas mais usadas por pais, professores e crianças. Essas são as áreas da Internet e dos serviços. Fora da escola, as crianças usam serviços, visitam estabelecimentos comerciais e de alimentação, veem uma predominância de publicidade externa e outdoors em idiomas não estatais e ouvem idiomas não estatais em casa. Então, por que nos surpreendemos com o fato de nossos alunos tenderem a ser bilíngues, às vezes com conhecimento insuficiente do idioma oficial?", destacou Kremin.
Além disso, ele ofereceu várias recomendações para aumentar o uso do ucraniano no processo educacional e na vida cotidiana. Entre as recomendações estão o fortalecimento do controle e da supervisão pelo Serviço de Qualidade da Educação do Estado, em particular por meio de inspeções no local dos estabelecimentos de ensino, e também o envolvimento dos cidadãos no "registro de violações da legislação linguística e sua denúncia às autoridades competentes".
A pesquisa contou com a participação de 7.031 alunos de 121 escolas. De acordo com os resultados, um em cada três alunos se comunica com mais frequência em russo do que em ucraniano nas regiões de Dnepropetrovsk, Kharkov, Nikolaev e Odessa.
*Classificada na Rússia como uma organização extremista, cujas redes sociais são proibidas em seu território.