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Netanyahu rejeita condições propostas pelo Hamas para a libertação de reféns

O primeiro-ministro de Israel insiste na eliminação do Hamas e na desmilitarização de Gaza "sob o controle total da segurança" de Israel.
Netanyahu rejeita condições propostas pelo Hamas para a libertação de refénsGettyimages.ru / Liu Guanguan / China News Service

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou no último domingo que rejeita categoricamente os "termos de capitulação dos monstros do Hamas", referindo-se às condições impostas pelo movimento palestino para a libertação de todos os reféns detidos na Faixa de Gaza.

"Em troca da libertação dos nossos reféns, o Hamas exige o fim da guerra, a retirada das nossas forças de Gaza, a libertação de todos os assassinos e violadores do [seu comando] Nukhba e deixar o Hamas no seu lugar", explicou Netanyahu. Se Tel Aviv aceitar estas condições, os soldados das Forças de Defesa de Israel "terão caído por nada" e a segurança dos cidadãos israelenses não estará garantida no futuro, acrescentou.

Além disso, Netanyahu declarou que 110 reféns foram libertados até agora, quase todos segundo o acordo negociado no final de novembro pelos Estados Unidos, Qatar e Egito. Em contrapartida, as autoridades israelenses libertaram dezenas de mulheres e presos palestinos das suas prisões.

O primeiro-ministro afirmou que continuaria a trabalhar 24 horas por dia para garantir a libertação de todos os reféns, sem especificar o número. No entanto, os planos para uma "vitória total" e a eliminação do Hamas serão mantidos e "Gaza deve ser desmilitarizada" e colocada "sob o controle total da segurança" de Israel, afirmou.

A posição de Tel Aviv sobre o controle de "todo o território a oeste do rio Jordão" não é negociável, segundo o chefe do Governo, que defendeu esta posição "perante a uma grande pressão interna e internacional". Dentre os líderes estrangeiros, Netanyahu mencionou o Presidente dos EUA, Joe Biden, a quem manteve informado sobre os planos israelenses e a determinação em atingir "todos os objetivos da guerra".

Desacordos com a Casa Branca


A última conversa telefônica entre Biden e o primeiro-ministro de Israel, e as suas declarações subsequentes evidenciaram divergências fundamentais sobre o futuro do Estado palestino. Biden insistiu em uma "solução de dois Estados com a segurança de Israel garantida", e depois afirmou que "há vários tipos de soluções de dois Estados".

Por sua vez, Netanyahu afirmou que se opõe ao estabelecimento de um Estado palestino em qualquer cenário de pós-guerra, e que os EUA têm conhecimento da sua posição. A necessidade de controlar a segurança de Gaza e da Cisjordânia "colide com a ideia de soberania" do povo palestino e torna impossível a coexistência de dois Estados.

 

Yair Lapid, o líder da oposição israelense, afirmou na sexta-feira que a Autoridade Palestina - o governo internacionalmente reconhecido do território palestino - poderá governar a Faixa de Gaza após a guerra em curso, mas apenas se proceder a uma "verdadeira reforma".

 

Situação dos reféns

O número de reféns capturados pelo movimento palestino em território israelense em 7 de outubro de 2023 e detidos desde então na Faixa de Gaza era de cerca de 240 antes dos primeiros intercâmbios.

 

Em janeiro de 2024, um porta-voz do Hamas afirmou que a situação de muitos dos reféns "tornou-se desconhecida nas últimas semanas" e que muitos foram provavelmente mortos pelos ataques, enquanto "os restantes correm grande perigo a cada hora". O porta-voz responsabilizou os políticos e o Exército de Israel por estas mortes e riscos, mas afirmou que considera prematura "qualquer conversa antes de cessar a agressão israelense".