Mais de 500 itens que estavam "retidos" há mais de 20 anos no Museu de História de Lille (MHN), na França, foram devolvidos ao Brasil na quarta-feira, anunciou a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) nesta quinta-feira.
Segundo o comunicado, foram 585 dos 607 artefatos provenientes de mais de 40 povos diferentes que chegaram. "As demais peças que faltam não puderam compor o acervo transportado por falta de documentação necessária para a retirada", explicou o organismo. "Alguns artefatos são considerados raros por terem sido confeccionados com elementos de flora e fauna em extinção", acrescentou.
Entre as peças estão objetos sagrados que representam "a variedade de manifestações da cultura material dos povos indígenas", incluindo adornos Kayapó e Enawenê-Nawê, "considerados raros ou inexistentes", disse a FUNAI.
Após passarem "uma minuciosa vistoria" aduaneira, as peças, que foram enviadas ao exterior em 2004 sem autorização, serão levadas ao Museu do Índio no Rio de Janeiro, onde serão "desembaladas para a conferência de seu estado em comparação com os relatórios emitidos quando os artefatos saíram do MHN de Lille".