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Polícia brasileira lança nova operação sobre espionagem ilegal no Governo Bolsonaro

Os policiais estão cumprindo cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão.
Polícia brasileira lança nova operação sobre espionagem ilegal no Governo BolsonaroPolícia Federal do Brasil

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira uma nova fase da operação para desarticular uma quadrilha criminosa que realizou perseguições ilegais dos funcionários públicos por meio de um sistema da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o Governo de Jair Bolsonaro (2019-2022).

Os policiais estão cumprindo cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão. Segundo as investigações, o grupo utilizou sistemas de GPS para rastrear celulares sem autorização judicial.

A organização criminosa também acessava ilegalmente computadores e dispositivos móveis para realizar suas atividades.

Segundo a nota da Polícia Federal, os investigados responderão pelos crimes de "organização criminosa, tentativa de abolição do Estado democrático de direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio".

Altos funcionários e jornalistas

A Polícia lançou a primeira fase da operação no ano passado para investigar o uso ilegal de um sistema de vigilância secreto pela Abin.

As autoridades policiais afirmam que há evidências de que o uso do sistema FirstMile, adquirido da empresa israelense Cognyte, intensificou-se nos últimos anos do Governo Bolsonaro para monitorar ilegalmente servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e até magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF).

Além de policiais federais e funcionários da Abin, entre os investigados estão o ex-diretor da agência secreta, Alexandre Ramagem, e o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, filho ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.

O ex-mandatário afirmou em fevereiro que o objetivo da investigação é a "sua cabeça". 

Em outra investigação, a Polícia acusou na semana passada Bolsonaro de "apropriação indébita, lavagem de dinheiro e associação criminosa" no caso das joias dadas a ele pela família real da Arábia Saudita durante seu Governo.