Notícias
A soberania sobre uma ilha abre outra disputa entre Peru e Colômbia
Um legislador peruano pediu que as forças armadas fossem enviadas para a fronteira.
O Governo de Peru expressou seu protesto na quarta-feira contra as declarações feitas pelo diretor de Soberania Territorial do Ministério das Relações Exteriores da Colômbia, Diego Cadena, sobre a autonomia da Ilha de Santa Rosa, no departamento de Loreto.
O Ministério das Relações Exteriores peruano entregou uma nota de protesto ao encarregado de negócios da Colômbia, Eufracio Morales, na qual o Governo peruano "reafirmou os direitos de soberania e jurisdição sobre a Ilha Santa Rosa".
Além disso, expressou seu "total apoio às autoridades democraticamente eleitas do centro populacional peruano".
Horas antes, o congressista peruano Guido Bellido havia solicitado à Chancelaria que "tomasse medidas no mais alto nível em defesa da soberania nacional".
"O Peru não cederá um único milímetro de território a nenhum vizinho. Pedimos ao Comando Conjunto que posicione as Forças Armadas na fronteira do país", escreveu na sua conta no X.
O que o funcionário disse?
Na segunda-feira, durante um evento na cidade fronteiriça colombiana de Leticia, Cadena interrompeu o prefeito de Santa Rosa, Iván Yovera, quando ele começava seu discurso, segundo um vídeo publicado pela estação de rádio local La Voz de la Selva.
"O senhor pode falar como representante do Governo do Peru, mas se for como prefeito de uma ilha, tenho que dizer que essa ilha é nova, não designada, ocupada irregularmente pelo Peru. Infelizmente, se meu colega da Chancelaria peruana estivesse aqui, ele saberia por que tenho de dizer isso. É uma questão que ainda não foi definida", afirmou.
Yovera respondeu que ele foi "eleito popularmente, pelo voto popular, como qualquer autoridade". No entanto, Cadena continuou: "Desculpe-me, mas o território não é peruano". O prefeito então deixou a área.
Em março de 2023, o Peru decidiu retirar seu embaixador na Colômbia devido às declarações "interferentes e ofensivas" do presidente colombiano Gustavo Petro, que não reconheceu a legitimidade da mandatária peruana Dina Boluarte.