O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, em uma entrevista à mídia alemã Die Welt, declarou que o conflito "cada vez mais internacional" sobre a Ucrânia "nunca teria acontecido" se a ex-chanceler alemã Angela Merkel ainda estivesse no cargo.
Orbán asseverou que a retirada política "tem um entendimento claro não apenas da Alemanha, mas de toda a Europa Central e Oriental e também da Rússia". A autoridade afirmou que Merkel "tem a capacidade, a compreensão e as habilidades para isolar conflitos que são ruins para a Europa".
"Cometemos o erro de pensar que há um conflito, que há uma guerra. E, em vez de isolá-lo, nós o intensificamos e o tornamos cada vez mais internacional", denunciou o líder húngaro.
Orbán está se reunindo com os principais atores envolvidos no conflito da Ucrânia como parte de uma missão de paz que ele iniciou recentemente. Ele já conversou com o líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky, com o presidente russo Vladimir Putin e com o líder chinês Xi Jinping.
De acordo com a entrevista, Orbán também se reuniu com o chanceler Olaf Scholz para discutir uma solução pacífica para o conflito na Ucrânia. "Não é minha função tornar públicos os argumentos do chanceler alemão, mas ele explicou sua posição de forma muito racional e eu expliquei a minha. No entanto, houve pouco acordo", comentou o líder húngaro sobre a reunião.
Ele também acrescentou que planeja se reunir com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e com o presidente francês, Emmanuel Macron, e postou em suas redes sociais que, como parte de sua missão de paz, ele já se reuniu com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em Washington, onde uma cúpula da OTAN está sendo realizada esta semana.