Judeus ultraortodoxos passam a ser recrutados para cumprir o serviço militar em Israel
Cerca de 3.000 judeus ultraortodoxos, que anteriormente estavam isentos de servir no Exército israelense, receberão avisos preliminares de convocação para o serviço militar antes do próximo verão, disse o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, nesta quarta-feira.
Embora o Ministério não tenha indicado o número de ordens a serem emitidas, as Forças de Defesa de Israel (FDI) disseram que têm a capacidade de alistar imediatamente cerca de 3.000 homens ultraortodoxos no Exército este ano, além dos 1.800 que já estão servindo no Exército.
"Nosso objetivo é recrutar todos aqueles que podem ser recrutados de acordo com a lei", afirmou Gallant ao Knesset (Parlamento israelense), acrescentando que "isso não é feito há 76 anos". Além disso, de acordo com o ministro, as ordens de alistamento já estão "a caminho e serão emitidas nas próximas semanas".
A decisão foi determinada pela Alta Corte de Justiça, que decidiu no mês passado que o Ministério da Defesa deveria acabar com a isenção do serviço militar para os judeus ultraortodoxos do serviço militar obrigatório e proibir permanentemente o Estado de financiar escolas frequentadas por estudantes ultraortodoxos ao invés do serviço militar.
A Corte estimou que havia atualmente cerca de 63.000 jovens isentos do serviço militar. "Atualmente, em meio a uma guerra severa, o ônus da desigualdade é mais agudo do que nunca e exige a promoção de uma solução sustentável para essa questão", enfatizou o tribunal.
Além disso, de acordo com declarações anteriores da Procuradoria Geral de Israel, Gali Baharav-Miara, esses 3.000 eram um número adequado e aceitável para 2024, mas a cada ano o número teria que aumentar constantemente.