O gestor municipal de Odessa, Guennadi Trukhanov, se opôs à ideia de demolir os monumentos dedicados ao poeta russo Alexander Pushkin e ao príncipe Mikhail Vorontsov, uma figura histórica da época do Império Russo.
Em uma entrevista à agência de notícias Ukrinform, Trukhanov argumentou que "a cidade precisa dos monumentos a Pushkin e Vorontsov": "Sou contra a demolição deles porque sou morador de Odessa, nasci aqui. Nossos tataravós ergueram esses monumentos", afirmou, acrescentando que o monumento ao poeta russo foi erguido às custas dos cidadãos.
O prefeito continuou dizendo que, "infelizmente, não podemos perguntar a Pushkin ou a Vorontsov se eles teriam apoiado a guerra". "Mas Pushkin faz parte da nossa história e da cultura mundial. Se removermos seu pedestal em Odessa, ele não deixará de ser admirado na França, Inglaterra ou Itália. Ele é um clássico", enfatizou.
Falando sobre Vorontsov, Trukhanov disse que é possível ler a história da criação da cidade e ver "o que esse homem fez por Odessa".
"Rejeitar essas figuras históricas é a postura do avestruz. Não se pode enterrar a cabeça na areia e dizer que isso nunca aconteceu", concluiu.
O desmantelamento de monumentos relacionados à cultura russa ou à era soviética, uma prática que se tornou comum na Ucrânia, começou após a introdução da lei de descomunização. Após o início da operação militar de Moscou, a campanha contra tudo o que é russo só se intensificou.
Em abril de 2023, o Ministério da Cultura da Ucrânia informou que, em 2022, 9.859 nomes de lugares foram alterados e 145 monumentos relacionados "à propaganda da política imperial russa" foram desmontados.