Embaixador dos EUA no Japão comenta sobre crimes sexuais cometidos por militares norte-americanos

Rahm Emanuel expressou arrependimento sobre os incidentes, mas não chegou a se desculpar, segundo as mídias.

O embaixador dos EUA no Japão, Rahm Emanuel, lamentou os crimes sexuais cometidos por militares norte-americanos localizados na ilha de Okinawa, dizendo que os padrões de treinamento das tropas "simplesmente não estavam funcionando", informaram as mídias no sábado passado.

No total, cerca de 50.000 soldados norte-americanos estão localizados no Japão sob um pacto de segurança bilateral.

Okinawa abriga 70% de todas as instalações militares dos EUA no Japão, apesar de fazer apenas 1% do território japonês.

A população da prefeitura mais ao sul do Japão há tempo protesta contra o grande número de soldados norte-americanos, bem como contra os acidentes e crimes associados à sua presença.

No mês passado, a mídia revelou que um soldado da Força Aérea dos EUA havia sido preso em março sob a acusação de sequestro e estupro de uma adolescente em Okinawa, um crime que remonta a dezembro de 2023. Outro caso semelhante envolveu um fuzileiro naval dos EUA que foi preso em maio sob suspeita de tentativa de estupro que resultou em ferimentos.

O Governo do Japão reconheceu que pelo menos cinco desses casos ocorreram este ano em Okinawa.

Após os incidentes, o vice-ministro das Relações Exteriores do Japão, Masataka Okano, apresentou um protesto ao embaixador dos EUA no final de junho.

Emanuel disse que lamentava profundamente o que havia acontecido com as vítimas, suas famílias e sua comunidade, mas não chegou a se desculpar, informa a Associated Press.

"Obviamente, é preciso deixar que o processo de justiça criminal se desenrole", manifestou, acrescentando que "isso não significa que você não expresse, em um nível humano, seu sentimento de arrependimento". 

Além disso, Emanuel, admitiu que os padrões e protocolos do exército dos EUA para a educação e treinamento de suas tropas "simplesmente não estão funcionando".

Aumento de crimes violentos

O secretário-chefe do Gabinete do Japão, Yoshimasa Hayashi, afirmou na última quarta-feira que haviam mais três casos, ocorridos em fevereiro e agosto do ano passado e em janeiro deste ano, mas que todos haviam sido descartados, sem fornecer mais detalhes.

Segundo o jornal Mainichi, o número de casos em que militares e civis dos EUA no Japão foram acusados criminalmente vem aumentando, chegando a 72 incidentes em 2023, um recorde nos últimos 20 anos.