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Netanyahu apresenta exigências inegociáveis em relação a Gaza

A medida provocou críticas tanto entre os mediadores quanto no próprio Israel.
Netanyahu apresenta exigências inegociáveis em relação a GazaGettyimages.ru / Jack Guez -Pool

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apresentou na noite de domingo uma lista de exigências inegociáveis do país judeu, cuja delegação parte esta semana para avançar nas conversações com mediadores do Egito e do Qatar sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza e a libertação dos reféns do Hamas.

As quatro exigências incluem a garantia de que Israel pode retomar as operações militares no enclave palestino "até que todos os objetivos de guerra sejam alcançados"; que nenhum tráfico de armas do Egito para Gaza ou o "retorno de milhares de terroristas armados para o norte da Faixa de Gaza" serão permitidos; e uma declaração de que "Israel maximizará o número de reféns vivos para a libertação do cativeiro do Hamas", informa o The Times of Israel.

As exigências ocorrem em um momento em que o Hamas flexibilizou suas exigências para a retomada das negociações, deixando de lado a exigência de que Israel deve cessar permanentemente o fogo na Faixa de Gaza antes de assinar um modelo de acordo.

Nesse sentido, o Gabinete do primeiro-ministro atribuiu a posição do Hamas na declaração à "posição firme do primeiro-ministro contra as tentativas de restringir a operação terrestre das FDI em Rafah".

Os pontos anunciados por Netanyahu irritaram os mediadores, bem como os representantes das agências de segurança israelenses e a oposição israelense. Um oficial de segurança citado pela mídia acusou o chefe de Governo de tentar minar o acordo, inventar desculpas e atrasar o processo até seu discurso no Congresso dos EUA em 24 de julho, seguido pelo recesso do parlamento israelense.

"Para que serve [a lista de exigências]? Estamos em um momento crítico nas negociações, a vida dos reféns depende disso; por que emitir mensagens tão provocativas? [Como isso contribui para o processo?", comentou o líder da oposição Yair Lapid.