Avança o projeto de um novo satélite sino-brasileiro
Recentemente, especialistas e representantes da Agência Espacial Brasileira (AEB) e da Administração Espacial Nacional da China (CNSA) reuniram-se na Academia Chinesa de Tecnologia Espacial, em Pequim, para realizar a revisão preliminar do projeto do satélite CBERS 6.
De acordo com informações da AEB, o satélite de observação e fornecimento de dados tem como seus alguns de seus principais objetivos o monitoramento e controle de desmatamento e queimadas, a vigilância de fronteiras e das regiões costeiras e também contribuir com o trabalho de agricultores.
O principal destaque do CBERS 6 em comparação com os seus antecessores é a "geração de dados em qualquer condição climática". Espera-se que o projeto, que depois da revisão preliminar segue para uma próxima fase de desenvolvimento, seja capaz de operar dia e noite e de realizar observações em meio a adversidades como fortes nuvens, fumaça e chuva.
"Maior acordo Sul-Sul"
Após a assinatura de um acordo na década de 1980, Brasília e Pequim construíram uma série de satélites CBERS de observação terrestre.
"Durante muitos anos, e talvez até hoje, esse acordo foi o maior acordo de cooperação em ciência e tecnologia Sul-Sul, entre dois países em desenvolvimento'', afirmou o ex-chanceler Celso Amorim, que participou das articulações pela parceria ainda em 1984, em uma depoimento em vídeo.
"Anos mais tarde, [o acordo] também beneficiou outros países em desenvolvimento. As imagens concedidas por esse satélite são fundamentais para a administração do território, desmatamento, meio ambiente. E têm sido cedidas para outros países, sobretudo na África, mas não apenas", acrescenta.
Cooperação entre os BRICS
Em julho do ano passado, a Rússia abriu a possibilidade de estreitar a colaboração espacial entre os países do BRICS quando Yuri Barisov, diretor-geral da agência espacial russa Roscosmos, anunciou que os países da organização poderiam construir um módulo especial separado na Estação Orbital Russa, que deve ser totalmente concluída até 2032.
A Rússia e o Brasil possuem uma relação longeva e amigável na área espacial. A 'Missão Centenário', que viabilizou a viagem de Marcos Pontes, primeiro brasileiro a desbravar o espaço, nasceu de um acordo entre a AEB e a Roscosmos.