Onde está Macron? Entenda o desaparecimento do presidente francês

Um membro do partido governista diz que o presidente "subestimou o quanto o público não gostava de sua personalidade".

Nos ultimos tempos, o presidente da França, Emmanuel Macron, está desaparecido dos olhos do público, e, segundo um artigo publicado na quinta-feira pelo jornal Politico, isso não é coincidência.

Mesmo no dia das eleições legislativas, em 30 de junho, o mandatário francês apareceu em uma seção eleitoral na comuna costeira de Le Touquet tentando passar incógnito, usando óculos escuros e um boné de beisebol preto.

De acordo com um membro do partido governista Renaissance, que preferiu não revelar sua identidade ao falar sobre essa questão delicada, o presidente está se comportando dessa forma porque "ele foi instruído a abandonar [a campanha]", "e não é que ele tenha ouvido nossa mensagem, mais sim é que ele foi forçado a ouvi-la".

Em sua opinião, uma das principais desvantagens dessa campanha eleitoral foi que o presidente "subestimou o quanto o público não gostava de sua personalidade".

O índice de popularidade de Macron despencou especialmente nas últimas semanas. Seu rosto foi removido dos materiais da campanha do movimento que o próprio chefe do Estado fundou.

O ministro da Transição Ecológica Coesão Territorial da República Francesa, Christophe Béchu, reconhece que há um "desgaste" na figura presidencial. "Há um desgaste que afetou todos os presidentes da Quinta República. Lá o desgaste é ainda maior porque este é o segundo mandato de Emmanuel Macron", declarou.  

Como observa o Politico, vários dos aliados do líder francês não o querem na campanha e o consideram "louco" e um "agente do caos".

A autora do artigo, Clea Caulcutt, compara-o a um Napoleão forçado ao exílio, mas estima que logo reaparecerá diante das câmeras, enquanto a seleção de um candidato para o cargo de primeiro-ministro pode levar semanas após o segundo turno das eleições legislativas marcadas para 7 de julho.