OTAN teme a "saída suave" da França - imprensa europeia
A possibilidade da "extrema-direita" chegar ao poder na França gera preocupações em outros países membros da OTAN, admitiram diplomatas da OTAN consultados pelo site Euractiv, sob condição de anonimato.
Paris poderia reduzir seu apoio militar à Ucrânia e deixar as estruturas militares da OTAN de acordo com o plano de "saída suave" previsto pelo partido nacionalista Rassemblement National, que apresentou duas vezes Marine Le Pen para a disputa pela presidência francesa.
O manifesto do movimento sobre a política de defesa, publicado em 2022, não está mais disponível em seu site oficial, informou o veículo, mas afirmava claramente: "Retirada do comando militar integrado da OTAN, discussão de um futuro acordo estratégico com os Estados Unidos". O mesmo documento também buscava iniciar "um diálogo com a Rússia sobre questões-chave compartilhadas" e "congelar toda a cooperação estrutural com a Alemanha".
O partido, no entanto, suavizou consideravelmente sua posição nos últimos dois anos. O atual líder formal do grupo, Jordan Bardella, prometeu em fevereiro passado que "não haverá saída do comando militar integrado da OTAN enquanto durar" o conflito ucraniano.
Um especialista militar falou com o Euractiv e confirmou que "há um risco" de que a "extrema-direita" possa trabalhar para uma saída "suave e sutil". Michel Duclos, que atua como conselheiro especial do assessor especial do Institut Montaigne, levantou a hipótese: "As tropas que a França envia para a OTAN podem ser de um nível mais baixo. A França também poderia enviar menos tropas".
Essas projeções não significam que o Governo do Rassemblement National deixará a Aliança Atlântica imediatamente após assumir o cargo. "A OTAN não é um aspecto fundamental da política da RN", argumentou Duclos.
Mesmo que o movimento de Marine Le Pen não consiga obter a maioria para formar o futuro Governo e tenha apenas uma voz na mesa de diálogo para sua formação ou atue como uma forte minoria capaz de bloquear decisões no Parlamento, as posições da França dentro da Aliança não serão as mesmas que sob a liderança de Macron, concluiu a publicação.