PF indicia Bolsonaro por venda ilegal de jóias e falsificação de cartão vacinal

Os relatórios da instituição serão enviados ao Supremo Tribunal Federal.

A Polícia Federal do Brasil decidiu indiciar Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil em dois casos: o das joias recebidas como presente e posteriormente vendidas no exterior e o esquema de fraude no cartão de vacinação contra a covid-19.

A PF enviará os resultados de ambas as investigações ao Supremo Tribunal Federal (STF), informou a imprensa brasileira.

As conclusões devem ser enviadas à Procuradoria Geral da República (PGR) nos próximos dias. De acordo com a imprensa local, a lista da polícia inclui pessoas do círculo íntimo do ex-presidente, como os advogados Fabio Wajngarten e Frederico Wasseff, e Mauro Cid, ex-assessor de Bolsonaro que tem sido peça-chave nas investigações após fechar um acordo de delação.

Os agentes investigaram se o ex-presidente e pessoas próximas a ele beneficiaram-se ilegalmente de jóias no valor de milhões de dólares dadas a ele em suas viagens ao exterior quando estava no poder. As investigações revelaram que alguns dos itens foram negociados nos EUA em junho de 2022.

Escândalo no cartão de vacinação

O escândalo do cartão de vacinação também remonta a 2022, quando Bolsonaro e outros 16 supostamente inseriram de forma fraudulenta no registro nacional que haviam sido imunizados contra a covid-19.

A polícia acredita que essa fraude permitiu que o líder conservador, sua filha, Cid e sua família viajassem para os EUA com cartões de vacinação falsos no final de dezembro de 2022, às vésperas da posse presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva.

A Controladoria Geral da União (CGU) concluiu que foram encontradas duas cartilhas de vacinação registrados em nome de Bolsonaro na cidade de Duque de Caxias, no estado do Rio de Janeiro.

Nesta quinta-feira, a polícia deflagrou uma operação para prender o secretário estadual de Transportes e ex-prefeito do município de Duque de Caxias, Washington Reis, e a secretária de Saúde, Célia Serrano. Segundo a imprensa, suspeita-se que o esquema não tenha sido criado exclusivamente para beneficiar Bolsonaro e seus aliados, tendo surgido anteriormente.

A Polícia Federal poderá pedir ao STF o desmembramento do caso e abrir uma nova investigação visando especificamente a suposta fraude em Duque de Caxias.