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Arce sobre Milei: "Não ajuda na boa vizinhança"

O presidente boliviano chamou Milei de "conflitivo" e lembrou que o seu homólogo argentino já teve problemas com Espanha, Brasil e Chile, entre outros países.
Arce sobre Milei: "Não ajuda na boa vizinhança"Gettyimages.ru / Mateo Romay Salinas/Anadolu

O presidente da Bolívia, Luis Arce, condenou na quarta-feira a "atitude conflituosa" do presidente argentino, Javier Milei, a quem acusou de não ajudar a manter uma "boa vizinhança" na região.

"Acho que essas declarações, essa conflitividade que ele demonstrou, não ajudam a boa vizinhança", disse Arce sobre Milei durante entrevista à AFP.

A declaração de Arce refere-se às polêmicas palavras de Milei, que qualificou de "fraude" a fracassada tentativa de golpe militar na Bolívia em 26 de junho, fato repudiado pela comunidade internacional.

Por outro lado, Arce indicou que as declarações de Milei, que se refere aos seus detratores como "esquerdistas", não são "surpreendentes", porque o mandatário argentino, no seu curto período de Governo, já teve conflitos com Espanha, Brasil, Chile e outros países.

Quando Milei lançou suas duras críticas contra Arce, ele sustentou que o golpe de Estado fracassado havia sido uma "fraude montada" e se referiu ao seu homólogo boliviano como um "perfeito idiota", que "em vez de aceitar seu erro" criticou o argentino "por deixar sua estupidez à mostra".

Crise diplomática

O Governo da Bolívia reagiu na segunda-feira às declarações da Presidência argentina, que descreveu a tentativa de golpe contra o presidente Luis Arce como "fraudulenta".

O Ministério das Relações Exteriores da Bolívia convocou o embaixador argentino em La Paz, Marcelo Adrián Massoni. A ministra interina das Relações Exteriores, María Nela Prada, "transmitiu a ele a rejeição enérgica de cada um dos pontos mencionados no comunicado do país vizinho".

Prada também enfatizou que a Bolívia "não permitirá atos de interferência e intromissão em assuntos internos" e "exigiu o respeito à soberania e à autodeterminação" de seu povo, em acordância com a Carta das Nações Unidas e o direito internacional.