Um proprietário de Rosário assinou o primeiro contrato de aluguel em Bitcoins na Argentina, um passo em conformidade com a abertura promovida pelo Governo libertário de Javier Milei às moedas digitais como meio de pagamento.
De acordo com o jornal Página 12, os pagamentos serão feitos através da empresa Fiwind, especializada em transações de criptomoedas, por um valor em bitcoins equivalente a "100 tokens Tether USDT", uma criptomoeda "estável" cotada em paridade 1 a 1 com o dólar.
Esta novidade é possível graças à entrada em vigor, no final de dezembro, do polêmico Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), que está sendo analisado pelo Congresso e que poderia ser rejeitado.
O texto desregulamentou totalmente a economia do país sul-americano no contexto do seu plano de ajustamento severo e, entre outras coisas, revogou a controversa Lei de Aluguel.
Pagar em "quilos de carne de gado ou litros de leite"
Isto permitiu, por exemplo, que a partir de agora os contratos possam ser estipulados "em moeda de curso legal ou em moeda estrangeira, à discrição das partes". Anteriormente, já se sabia que alguns pagamentos imobiliários eram feitos em moeda estrangeira na Argentina, mas não no mercado de arrendamento.
De fato, um dos aspectos introduzidos pelo DNU é a total liberdade monetária. Um artigo alterado pelo decreto é que "o devedor deve entregar o montante correspondente da espécie designada, quer a moeda tenha ou não curso legal na República".
A ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, observou que os contratos podem ser feitos em Bitcoins ou qualquer outra criptomoeda ou espécie, e ironicamente acrescentou que isso inclui "quilos de carne de gado ou litros de leite".