Trump teria ameaçado matar líder do Talibã mostrando a ele uma foto de satélite de sua casa, segundo relato

As falas do congressista Wesley Hunt, no entanto, possuem contradições.

Durante sua presidência, Donald Trump teria ameaçado matar um líder do Talibã mostrando a ele uma imagem de satélite de sua casa. As afirmações foram feitas na terça-feira pelo congressista norte-americano Wesley Hunt, durante sua participação no programa de podcast "The Sage Steele Show".

De acordo com o congressista, o presidente manifestou aos líderes o seu interesse de retirar as tropas norte-americanas do Afeganistão, desde que a saída fosse "baseada em condições". "Isso significa que vocês [o Talibã] fazem o que nós queremos, e lentamente começamos a retirar as tropas, desde que se adequem às nossas regras", disse. 

Hunt afirmou que "na sala", ao lado de Trump, do ex-secretário Mike Pompeo e das lideranças do Talibã, havia um tradutor encarregado de realizar a comunicação. O ex-presidente teria pressionado o tradutor a dizer que "se vocês causarem dano a um único fio de cabelo norte-americano, eu vou te matar".

Nesse momento, Trump teria "colocado a mão em seu bolso, tirado uma foto de satélite da casa do líder do Talibã, entregado a ele, levantado e deixado a sala", prosseguiu o congressista, afirmando que em razão disso, nenhum americano morreu no Afeganistão ao longo de 18 meses.

O que sabemos:

Em março de 2020, a imprensa norte-americana registrou que, de fato, Donald Trump entrou para a história ao tornar-se o ''primeiro presidente dos EUA" a falar diretamente com o Talibã. Sua conversa com Mullah Abdul Ghani Baradar, co-fundador da entidade, no entanto, foi realizada através de uma ligação telefônica, e não pessoalmente em uma "sala".

Na ocasião, Trump afirmou ter realizado uma "ótima conversa" com Baradar. Aos jornalistas, ele negou que tenha sido a sua primeira conversa com lideranças do grupo sunita. 

Já no final de 2020, o então secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, reuniu-se presencialmente com representantes do Talibã em um hotel luxuoso em Doha, no Qatar. O ex-presidente, contudo, não estava presente, e não existem registros públicos dessas supostas reuniões presenciais.