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Le Pen acusa Macron de preparar um "golpe de Estado"

O presidente francês tem usado seus poderes para fazer nomeações de última hora, de acordo com a ex-líder do Rassemblement Nationale.
Le Pen acusa Macron de preparar um "golpe de Estado"Gettyimages.ru / Christian Liewig - Corbis/Corbis

Faltando cinco dias para o segundo turno das eleições legislativas na França, que podem dar ao partido Rassemblement Nationale (RN), de Marine Le Pen, mais de 200 assentos na Assembleia Nacional, a política garantiu que seu partido está pronto para governar se obtiver a maioria absoluta.

"Queremos governar, para deixar as coisas bem claras", declarou Le Pen à France Inter na terça-feira, lembrando que esse é o objetivo pelo qual ela vem lutando na política há 40 anos. "Está claro que não podemos aceitar ir para o Governo se não pudermos agir", acrescentou ela.

"Se aceitarmos entrar no Governo apenas para nos sentarmos na cadeira de ministro e não podermos agir, isso seria a pior traição aos eleitores", explicou.

O partido nacionalista liderado por Le Pen e Jordan Bardella saiu vitorioso no primeiro turno das eleições legislativas. Para obter a maioria absoluta que lhe permitiria formar o Governo, o partido precisa conquistar 289 cadeiras de um total de 577.

Se por pouco não conseguir essa maioria, Le Pen não descarta a ideia de buscar o apoio de outros parlamentares, seja da esquerda, da direita ou dos republicanos. "A partir do momento em que temos, por exemplo, 270 deputados, precisamos de mais 19. Iremos até os outros e perguntaremos se estão dispostos a se juntar a nós em uma nova maioria", comentou.

"É uma espécie de golpe de Estado"

Ao longo da mesma entrevista, a ex-líder do Rassemblement Nationale acusou o presidente francês Emmanuel Macron de estar realizando uma reformulação de última hora nos órgãos governamentais para impedir que o líder de seu partido, Jordan Bardella, governe como deseja - o que ela qualificou como "uma espécie de golpe de Estado administrativo".

  • Nos últimos dias, Macron teria nomeado várias autoridades importantes, incluindo o governador militar de Paris, o novo chefe do Estado-Maior da Força Aérea Francesa, o novo diretor da UE no Ministério das Relações Exteriores e três embaixadores. Na semana passada, em Bruxelas, ele também propôs a recondução de Thierry Breton ao cargo de comissário europeu da França.