Grécia introduz semana de trabalho de seis dias
Enquanto algumas empresas em todo o mundo se concentram em evitar a demissão de funcionários, contemplando a redução na jornada de trabalho e a introdução de uma semana de trabalho de quatro dias, em busca do bem-estar e da felicidade dos trabalhadores, a Grécia tomou o caminho oposto, ampliando a semana de trabalho para seis dias, informou na segunda-feira o portal de notícias OT.
A medida, aprovada no outono, entrou em vigor na segunda-feira, e permite que as empresas gregas com operações contínuas, bem como certas fábricas e indústrias, imponham unilateralmente a semana de trabalho de 48 horas. O sexto dia de trabalho não pode exceder oito horas e também implica remuneração adicional de 40% do salário diário e 115% se coincidir com um feriado público, com direito a um dia de folga adicional na semana seguinte.
A nova legislação não deve ser aplicada aos trabalhadores dos setores de turismo e alimentação e, no caso dos atuais turnos noturnos de cinco dias, entre 00:00 e 06:00, o sexto turno noturno é totalmente proibido.
Com a iniciativa, o Governo grego busca aumentar a produtividade para melhorar o desempenho econômico em um momento em que a população está envelhecendo e há escassez de trabalhadores qualificados. Estima-se que, desde a crise da dívida de 2009, cerca de 500.000 gregos, em sua maioria jovens com formação acadêmica, deixaram o país nos cinco anos seguintes em busca de melhores oportunidades de emprego e de um futuro mais próspero. No total, entre 2010 e 2022, mais de um milhão de gregos deixaram o país.
A semana de trabalho de seis dias não é obrigatória, mas é igualmente questionável se os funcionários que se recusarem a aceitá-la não perderão seus empregos. Por outro lado, com a inflação atual, muitos gregos são forçados a trabalhar em dois empregos para sobreviver e o sexto dia de trabalho poderia mitigar essa situação.
Os sindicatos já alertaram sobre a possível criação de condições de trabalho "bárbaras", lembrando que as empresas têm o direito de exigir que os funcionários façam duas horas extras não remuneradas por dia em uma semana de trabalho de cinco dias em troca de mais folgas, quando na verdade não os compensam de forma alguma. As inspeções do Governo são "praticamente inexistentes" e, no final, a nova medida resultaria em "13 horas de trabalho por dia e 78 horas de trabalho por semana", estimou um grupo de especialistas.