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Bolívia rejeita declarações "hostis" da Argentina após tentativa de golpe

Governo argentino afirmou em comunicado que considerava a tentativa de subverter a ordem constitucional no país vizinho uma "denúncia falsa".
Bolívia rejeita declarações "hostis" da Argentina após tentativa de golpeGettyimages.ru / Gaston Brito Miserocchi

Na segunda-feira, o Governo da Bolívia rejeitou "energicamente" as declarações "hostis e imprudentes" da Presidência da Argentina, que descreveu a tentativa fracassada de golpe de Estado contra o presidente boliviano, Luis Arce, como uma "falsa denúncia".

Em um comunicado, a Chancelaria boliviana afirmou que o país sul-americano "decidiu soberanamente viver em democracia" e que "qualquer ato militar que ameace o Governo constituído pelo voto do povo com tanques e soldados armados é claramente um golpe de Estado".

Por isso, considera que há "afirmações desinformadas e tendenciosas" sobre a "possível existência de prisioneiros políticos ou a possibilidade da não existência de um golpe de Estado militar fracassado". Isso é descrito por La Paz como "negacionismo excessivo e inaceitável", e convida "a se informar e agir dentro da estrutura dos princípios de respeito à soberania e não-intervenção nos assuntos internos de outros Estados, de acordo com a Carta das Nações Unidas e o Direito Internacional".

De acordo com o documento, o país sul-americano lamenta que "interesses políticos internos e externos, que já participaram ativamente em 2019 da ruptura da ordem constitucional", estejam novamente "tentando ameaçar a estabilidade e a institucionalidade" da Bolívia.

Do mesmo modo, lembrou que "a amizade boliviana-argentina é histórica", e por isso, o Governo do país andino agradece "as milhares de vozes" que condenaram a intenção golpista do país com o que mantém fronteiras.

O que disse o Governo argentino?

A Presidência argentina emitiu um comunicado no domingo onde expressou que "repudia a falsa acusação de golpe de Estado" na Bolívia, que também chama de "confirmada como fraudulenta".

A Casa Rosada sustenta que obteve "relatórios de inteligência", que permitiram ao Governo manter "a calma e a serenidade em frente aos acontecimentos relatados". Segundo esta posição, que se distingue da maioria dos países da região que condenaram o ocorrido, "a divulgação da história foi pouco credível e os argumentos não se enquadravam no contexto sociopolítico do país latino-americano".

"A democracia boliviana está em perigo faz tempo. Não por causa de um golpe militar, mas porque, historicamente, governos socialistas levam a ditaduras. Há muitos exemplos: Cuba, Venezuela, Nicarágua, Coreia do Norte", diz o texto.

Esta declaração difere da mensagem escrita pela chanceler argentina, Diana Mondino, que no dia 26 de junho publicou em sua conta X que "os Governos, sejam bons ou maus, gostem ou não, só mudam nas urnas. Não são mudados por golpes de Estado violentos".