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Kremlin vê uma "tendência" nas eleições francesas

O porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, comentou sobre a primeira rodada de votação nas eleições parlamentares do país da UE.
Kremlin vê uma "tendência" nas eleições francesasGettyimages.ru / Sefa Karacan/Anadolu

Os eleitores franceses no domingo "confirmaram a tendência" observada em toda a UE nas últimas votações, disse na segunda-feira o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, à mídia russa.

O bloco do presidente francês Emmanuel Macron terminou em terceiro lugar no primeiro turno das eleições parlamentares antecipadas de seu país. O partido de direita Rally Nacional (RN) liderou a votação, enquanto a recém-criada Nova Frente Popular (NFP), de esquerda, ficou em segundo lugar. A mídia francesa descreveu os resultados como um 'tiro no pé' de Macron com sua decisão de dissolver o parlamento no mês passado.

O Governo russo "certamente presta muita atenção" às eleições francesas, declarou Peskov aos jornalistas durante uma reunião regular na segunda-feira.

"As tendências que surgiram anteriormente em várias nações europeias, incluindo a França, foram confirmadas", acrescentou. "Vamos aguardar o segundo turno, mas as preferências dos eleitores franceses são mais ou menos claras para nós."

Moscou considera o Governo Macron hostil à Rússia e que, ocasionalmente, está dando o tom do confronto do Ocidente com o país. O presidente francês foi o primeiro a declarar que não se deve descartar que as nações da OTAN possam eventualmente enviar tropas para a Ucrânia para tentar impedir uma vitória russa.

Macron argumentou que deseja manter a "ambiguidade estratégica" em relação à Ucrânia, supostamente mantendo Moscou na dúvida sobre até onde a OTAN iria. Considerando que muitos países membros da OTAN, inclusive os EUA, responderam aos comentários de Macron em fevereiro, descartando o envio de tropas para lutar por Kiev, os críticos do líder francês afirmam que ele conseguiu o oposto de suas intenções.

Macron dissolveu a Assembleia Nacional em 9 de junho, após uma eleição para o Parlamento Europeu na qual a RN conquistou 30 das 81 cadeiras francesas na legislatura da UE. Os especialistas classificaram a medida como uma aposta que teve o efeito contrário, depois que grupos políticos franceses de esquerda superaram suas diferenças e fizeram campanha como uma força única.