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Brasileiro recria rosto do faraó Ramsés II aos 90 anos
Os pesquisadores concluíram que as estátuas egípcias antigas não são muito confiáveis quando se trata de imaginar a aparência real das pessoas que elas retratam.
O designer brasileiro Cícero Moraes, especialista em reconstrução facial forense, recriou, junto com o arqueólogo suíço Michael Habicht, o rosto de Ramsés II, mostrando como ele deve ter sido quando tinha 90 anos. O trabalho, publicado recentemente, foi baseado em dados abertos e imagens de referência disponíveis que incluíam modelos 3D do crânio do faraó egípcio.
"O objetivo era entender o quão confiáveis são as estátuas, já que muitos imaginam que a correspondência seria boa", explicou Moraes ao The Sun. Enquanto as estátuas "indicam uma boa correspondência com o formato do nariz e até, em algumas situações, com o formato do rosto", o mesmo não ocorre com a testa, que "é mais delicada", ou com os lábios e o queixo, que "são mais pronunciados nas estátuas, tornando-as pouco confiáveis", afirmou.
Os pesquisadores também analisaram dados antropométricos e de DNA de populações egípcias antigas e concluíram que havia muitos elementos que eram difíceis de padronizar. A liberdade de expressão foi uma grande parte do trabalho, no qual os cientistas tiveram que escolher uma paleta de cores para visualizar o tom de pele do faraó, que não é conhecido com certeza.
Com base nas características do rosto recriado, Moraes acredita que Ramsés II era uma pessoa "sábia". Habicht, por sua vez, destacou o bom estado de conservação da múmia egípcia, o que facilitou sua reconstrução. "Ela foi restaurada em 1976, em Paris, depois que o fungo aspergillus flavus foi encontrado", comentou.
Ramsés II, comumente conhecido como Ramsés, o Grande, foi o terceiro faraó da 19ª dinastia durante o Novo Reino. Seu reinado (1279-1213 a.C.) é geralmente considerado o mais célebre da história do Egito antigo, e foi marcado por campanhas militares e grandes projetos de construção.