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"Um colapso no 'prime-time'": A grande mídia dos EUA reage ao fracasso de Biden no debate

Em seus artigos, enfatizaram que o presidente norte-americano agiu de forma inconsistente e que sua má imagem causou pânico no Partido Democrata.
"Um colapso no 'prime-time'": A grande mídia dos EUA reage ao fracasso de Biden no debateGettyimages.ru / Justin Sullivan

Enquanto vários eleitores expressaram sua frustração e pânico após o fracasso do presidente dos EUA, Joe Biden, no debate contra Donald Trump, as grandes mídias dos EUA de várias afiliações políticas descreveram a imagem ruim oferecida pelo mandatário.

A CNN, que sediou o debate, o descreveu como "desastroso", declarando que seus resultados "colocam em crise as chances de reeleição de Biden".

Observando que "ficou claro que haveria um desastre político assim que o comandante-chefe de 81 anos subiu ao palco em Atlanta", o veículo afirmou que Biden "teve o desempenho mais fraco desde que John F. Kennedy e Richard Nixon iniciaram a tradição de debates televisionados em 1960".

"Se o debate era a melhor chance do presidente de reverter uma disputa acirrada com Trump, que o coloca em grave risco de perder a reeleição, foi um fracasso", disse.

WSJ: Democratas "atônitos e em estado de 'choque'"

Em seu artigo intitulado 'A noite desastrosa de Biden pode mudar o curso da eleição', o The Wall Street Journal enfatizou que a tarefa de Biden no debate era "mostrar vigor e coerência", mas o presidente "falhou totalmente".

O jornal apontou que Biden estava "divagando, perdendo a linha de raciocínio, parecendo frequentemente confuso", o que deixou os democratas "atônitos e em estado de 'choque'".

Os membros da campanha de Biden achavam que seu rival republicano estava em uma posição mais favorável porque ele estava fora dos centros das atenções, bem como porque seus eleitores estavam sentindo uma espécie de nostalgia e "recuariam quando confrontados novamente com sua personalidade abrasiva". "No final, Biden pode ter conseguido tirar a corrida de sua longa paralisação, estabelecendo um contraste mais nítido com seu rival - embora não da maneira que ele queria", observou o The Wall Street Journal.

New York Post: "O fim da presidência de Biden"

O New York Post, por sua vez, argumentou que o debate mostrou "o fim da presidência de Joe Biden", chamando o desempenho do mandatário de "embaraçoso". "Ele não parecia velho. Parecia antigo. Parecia vazio", afirmou. Relembrando as respostas de Biden, o jornal escreveu que ele foi "incoerente".

"É uma negligência política permitir que ele continue concorrendo à reeleição. É uma negligência nacional permitir que ele continue", opinou, acrescentando que o presidente estava se preparando para o debate há uma semana e "isso é o melhor que ele poderia fazer".

NYT: "Um colapso no 'pirme-time'"

O Washington Post e o The New York Times observaram a "voz rouca" de Biden. O NYT comentou que, em vez de "acalmar as preocupações sobre sua própria idade e acuidade mental", seu "desempenho incoerente alimentou esses temores".

Em um artigo, estimou que Biden sofreu "um colapso no 'prime-time'", acrescentando que até mesmo Trump "parecia quase desnorteado enquanto seu adversário tropeçava e lutava para dizer suas palavras".

Posteriormente, o Conselho Editorial do The New York Times instou Biden a se retirar da campanha. "O maior serviço público que o Sr. Biden pode prestar agora é anunciar que não continuará concorrendo à reeleição", diz o artigo publicado na sexta-feira.

Time: "Pânico"

A revista Time publicou uma capa com apenas uma palavra: "Pânico".

Em um artigo, reiterou que "até mesmo os aliados mais próximos de Biden admitiram em particular que ele foi um desastre". Descrevendo seu desempenho, a revista disse que o presidente dos EUA estava "gaguejando roucamente sobre argumentos ininteligíveis e muitas vezes olhando fixamente, com a boca aberta".

"Pânico não é uma palavra muito forte para descrever o sentimento que tomou conta do Partido Democrata de cima a baixo enquanto o debate se desenrolava", ressaltou a revista.