Lula vincula tentativa de golpe na Bolívia a interesses no lítio
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, acredita que a tentativa de golpe de Estado na Bolívia pode estar relacionada às reservas de lítio, gás e outros minerais do país andino.
Em entrevista à Rádio Itatiaia, Lula confirmou que viajará para a cidade boliviana de Santa Cruz no dia 9 de julho para se reunir com seu homólogo Luis Arce e participar de uma "grande reunião" com empresários.
O mandatário destacou a importância de demonstrar que "somente a democracia é capaz de permitir que a Bolívia creça".
"É um país que tem muitos interesses internacionais focados lá, porque é a maior reserva de lítio do mundo e tem outros minerais críticos de muita importância, além de ter gás. Em tão é preciso que a gente tenha em mente que tem um interesse de dar um golpe de Estado", disse.
Demanda crescente
As reservas de lítio da Bolívia são atualmente estimadas em 23 milhões de toneladas, ou 24% das reservas mundiais de lítio, o que a torna o maior reservatório de lítio do mundo.
O metal, também conhecido como "ouro branco", é um elemento crucial para as baterias usadas em veículos elétricos, razão pela qual sua demanda tem aumentado significativamente.
Lula viajará para a Bolívia depois de participar da Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, que será realizada nos dias 7 e 8 de julho em Assunção, no Paraguai.
"Sou contra o golpe, sou favorável à democracia por isso eu vou lá para fortalecer o Luis Arce, fortalecer a democracia e mostrar aos empresários que é muito importante que se mantenha a Bolívia governada democraticamente. Se não for assim, a Bolívia nem pode entrar no Mercosul", comentou.
O bloco — formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, e ao qual a Bolívia está em processo de adesão — condenou a tentativa de golpe e expressou seu "apoio irrestrito" a Arce.