A NASA explicou recentemente o motivo pelo qual seus cientistas estão interessados em estudar um possível tesouro dentro dos tubos de titânio que contêm amostras coletadas e armazenadas pelo rover Perseverance desde que pousou na cratera marciana Jezero em fevereiro de 2021.
No momento, a coleção de amostras consiste em 21 tubos com núcleos de rocha, mais dois com regolito e um com gás depositado na superfície marciana. Segundo a NASA, a maioria das amostras pode conter informações sobre a história do planeta vermelho e até mesmo preservar sinais de vida microbiana antiga.
No entanto, a agência afirmou que o ar selado ao redor do material rochoso permitirá que seus especialistas aprendam sobre a atmosfera de Marte, que é composta principalmente de dióxido de carbono, bem como de pequenas quantidades de outros gases que remontam à formação do planeta.
"As amostras de ar de Marte nos informariam não apenas sobre o clima e a atmosfera atuais, mas também sobre como mudaram ao longo do tempo", disse a cientista Brandi Carrier que enfatizou que os materiais coletados também ajudarão a entender o processo de evolução de "climas diferentes" dos da Terra.
Como o ar marciano será analisado?
Quando as amostras obtidas pelo Perseverance sejam devolvidas ao nosso planeta pela missão Mars Sample Return, os cientistas examinarão o gás que está interagindo com o material rochoso. Segundo a NASA, a análise do ar marciano fornecerá evidências da quantidade de vapor de água que flutua próximo à superfície do planeta.
Esse elemento é considerado um fator importante para determinar o motivo pelo qual o gelo se forma na região onde as amostras foram coletadas, e também esclarecerá a evolução do ciclo da água em Marte ao longo do tempo.
Os pesquisadores esperam detectar gases nobres (neônio, argônio e xenônio) usando uma técnica conhecida como 'amostragem de headspace' que poderiam ter estado presente na atmosfera do planeta há bilhões de anos. Esse teste também pode revelar informações sobre o tamanho e a toxicidade das partículas de poeira, o que será benéfico para os futuros astronautas que chegarem a Marte.
"As amostras de gás têm muito a oferecer aos cientistas sobre Marte", sublinhou o cientista Justin Simon, concluindo que até mesmo os pesquisadores que não examinam o planeta vermelho "estariam interessados, já que isso lançará luz sobre como os planetas se formam e evoluem".