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Argentina responde a Lula: "Milei não tem nada do que se arrepender"

O porta-voz da Casa Rosada disse que o presidente argentino teve uma reunião "casual" com seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
Argentina responde a Lula: "Milei não tem nada do que se arrepender"Gettyimages.ru / Mateo Occhi

O porta-voz da presidência argentina, Manuel Adorni, disse nesta quarta-feira que o presidente Javier Milei "não tem nada do que se arrepender", após as declarações de seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou que ele deveria pedir desculpas por ter dito "muita bobagem".

Adorno ainda comentou que os dois mandatários não haviam conversado bilateralmente no contexto do G7, mas haviam se encontrado "casualmente, cordialmente, como dois presidentes deveriam fazer".

"O que o presidente Lula quiser está bem e dentro de seus desejos, e nós respeitamos isso, mas o presidente [Milei] não cometeu nada de que tenha de se arrepender, por enquanto", declarou o porta-voz da Casa Rosada.

Na semana passada, as autoridades argentinas teriam apresentado ao Brasil uma lista com os nomes de vários bolsonaristas, sujeitos a medidas cautelares, que supostamente vivem naquele país como fugitivos da justiça brasileira após participarem das ações golpistas de 8 de janeiro de 2023, uma semana após a posse de Lula.

"Não tente governar o mundo"

Perguntado em uma entrevista sobre as medidas que seu país tomará para recuperar essas pessoas foragidas da Justiça, o presidente brasileiro assegurou que não falou com Milei sobre esse aspecto porque considera que ele deveria "pedir desculpas ao Brasil" e a ele.

"Acho que ele tem que pedir desculpas ao Brasil e a mim. Ele falou muita bobagem, só quero que ele peça desculpas", disse Lula.

"Se o presidente da Republica da Argentina governar a Argentina, já está de bom tamanho. Não tente governar o mundo", advertiu.

Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Milei disse durante sua campanha eleitoral que, se eleito, não se encontraria com Lula, a quem descreveu como "comunista e corrupto".

Por sua vez, o mandatário brasileiro não compareceu à cerimônia de posse do presidente argentino em dezembro do ano passado, e enviou seu chanceler, Mauro Vieira.