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Lula: "Milei tem que pedir desculpas ao Brasil e a mim, ele falou muita bobagem"

O presidente disse que não conversou com seu colega argentino sobre os bolsonaristas que fugiram para o país vizinho após os ataques de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
Lula: "Milei tem que pedir desculpas ao Brasil e a mim, ele falou muita bobagem"AP / Bruna Prado

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quarta-feira que seu homólogo argentino, Javier Milei, deveria lhe pedir desculpas por ter dito "muita bobagem".

Em entrevista ao portal UOL, o presidente também comentou que não falou com Milei sobre os bolsonaristas que fugiram para a Argentina após serem condenados pela justiça brasileira por participarem dos atentados de 8 de janeiro de 2023 em Brasília.

"Eu não falei com o presidente da Argentina porque acho que ele tem que pedir desculpas ao Brasil e a mim. Ele falou muita bobagem, só quero que ele peça desculpas".

O presidente explicou que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o diretor da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, estão negociando com o Governo de Milei para que os brasileiros fugitivos que se recusarem a extradição ao Brasil sejam presos na Argentina.

"Se não querem vir, que sejam presos lá, que sejam presos lá e encarcerados na Argentina", disse ele.

"Um país muito importante"

Lula comentou que gosta "muito" da Argentina. "É um país muito importante para o Brasil, e o Brasil é muito importante para a Argentina, e não é um presidente da República que vai criar uma brecha entre os dois países", enfatizou.

O chefe de Estado do Brasil se encontrou com o presidente argentino recentemente na cúpula do G7 na Itália, mas eles não se encontraram.

Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Milei disse durante sua campanha eleitoral que, se eleito, não se encontraria com Lula, a quem descreveu como "comunista e corrupto".

Por sua vez, o mandatário brasileiro não compareceu à cerimônia de posse do presidente argentino em dezembro do ano passado, e enviou seu chanceler, Mauro Vieira.