Stella Assange se manifestou sobre a libertação de seu marido, que foi oficialmente libertado na quarta-feira, e sobre as ameaças à liberdade de imprensa.
Durante uma coletiva de imprensa organizada pelo WikiLeaks, Stella disse que seu marido optou por não falar com a imprensa, explicando que ele "precisa se recuperar". "Julian queria que eu agradecesse sinceramente a todos. Ele queria estar aqui", acrescentou.
Liberdade de imprensa
Em seu discurso, Stella observou que o caso de Assange era um ataque ao jornalismo. "Julian nunca deveria ter passado um único dia na prisão", disse, enfatizando que a liberdade de imprensa estava em um "lugar perigoso".
Também afirmou que, em sua opinião, o jornalista "será perdoado se a imprensa se unir para se opor a esse precedente". "Isso afeta todos vocês e sua capacidade futura de informar o público e publicar sem medo", ressaltou.
"O único resultado positivo para a imprensa em geral [teria sido] se o governo dos EUA tivesse desistido completamente desse caso. Eles agora colocam a imprensa em uma posição tão vulnerável quanto a de Julian. Esse precedente agora pode ser usado e será usado no futuro contra o restante da imprensa. Portanto, é do interesse de toda a imprensa tentar mudar essa situação atual reformando a Lei de Espionagem", acrescentou.
"Ele precisa de tempo para se recuperar e se acostumar com a liberdade"
Ao comentar sobre a chegada de Assange à Austrália e seus planos para o futuro, enfatizou que ele "precisa de tempo para se acostumar com a liberdade". "Alguém me disse que havia passado por algo semelhante, que a liberdade vem lentamente. E eu quero que Julian tenha esse espaço para redescobrir a liberdade, lentamente", acrescentou.
Além disso, quando perguntada se o WikiLeaks continuará a publicar documentos vazados, ela reiterou que precisa se recuperar e "essa é a prioridade". "Julian sempre defenderá os direitos humanos, ele sempre defenderá as vítimas. Ele sempre defendeu. [...] Ele é uma pessoa de princípios. E continua tendo princípios profundos. E destemido".