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ONU acusa Israel de "abuso sexual" e "desumanização" de prisioneiros palestinos

Os observadores ficaram "chocados" com o nível de impunidade dos membros das Forças de Defesa de Israel envolvidos em "comportamentos desumanos, cruéis e humilhantes contra palestinos, inclusive mulheres e crianças".
ONU acusa Israel de "abuso sexual" e "desumanização" de prisioneiros palestinosAP / Ohad Zwigenberg

Uma comissão especial da ONU que examina as violações dos direitos humanos nos territórios palestinos acusou na terça-feira as Forças de Defesa de Israel (FDI) de abusar sexualmente, degradar e desumanizar os palestinos sob sua custódia.

"Várias partes interessadas relataram um aumento acentuado no assédio sexual, no abuso sexual, na ameaça de estupro e no próprio estupro, inclusive com objetos estranhos, contra homens, mulheres e até crianças, e na intimidação por meio do uso de cães pelas forças de segurança israelenses", disse o Comitê Especial da ONU que investiga as práticas israelenses que afetam os direitos humanos do povo palestino e de outros territórios árabes ocupados por Israel.

Nesse sentido, os membros do órgão ficaram "chocados" com o nível de impunidade dos membros das FDI envolvidos em "comportamentos desumanos, cruéis e humilhantes contra os palestinos, inclusive mulheres e crianças".

"O pessoal de segurança [israelense] compartilha publicamente e descaradamente fotografias em plataformas de mídia social que violam a privacidade e a esfera íntima das mulheres palestinas, com o objetivo de ridicularizá-las, envergonhá-las e humilhá-las", denunciou a comissão.

"Plano sistemático de tratamento desumano"

Esse padrão de abuso, segundo a comissão, indica que "um plano sistemático de tratamento desumano está sendo implementado como uma política de Estado para privar os palestinos de sua liberdade".

"A recusa persistente de Israel em se engajar em um diálogo confiável com o Comitê da ONU ilustra sua falta de vontade de se responsabilizar por suas ações e políticas na Palestina", observa o relatório, conclamando Israel a "cessar seu ataque ao sistema internacional baseado em regras".