A proposta de paz de Putin poderia encerrar o conflito ucraniano "literalmente imediatamente"

A iniciativa também se concentra na prevenção de confrontos semelhantes no futuro e abre as portas para "encerrar o confronto armado" e colocá-lo em um caminho político e diplomático.

A proposta de Vladimir Putin de iniciar negociações de paz com a Ucrânia permitiria uma solução imediata para o conflito, disse nesta terça-feira o conselheiro presidencial russo Yuri Ushakov, lendo uma mensagem do presidente da Rússia aos participantes de um fórum.

A iniciativa também tem como objetivo evitar confrontos semelhantes no futuro e abre a porta para "acabar com o confronto armado" e colocá-lo em um caminho político e diplomático.

"Colocamos uma opção na mesa que, se vocês estiverem dispostos a aceitá-la, permitiria literalmente uma interrupção imediata das hostilidades", disse Ushakov, citando a mensagem de Putin.

O funcionário observou que, se as condições de paz russas fossem abordadas com uma mente aberta e de maneira racional, elas possibilitariam o fim dos combates no campo de batalha e a preservação de vidas humanas. "Mas o Ocidente não nos ouve e pretende lutar [...] até o último ucraniano", lamentou.

Ao mesmo tempo, Ushakov ressaltou que "o frenesi de guerra" do líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, "incitado pelo Ocidente, não está diminuindo em nada", mas, ao contrário, "está assumindo formas monstruosas". Nesse contexto, o funcionário lembrou o ataque do Exército ucraniano contra civis nas praias da cidade russa de Sevastopol, na República da Crimeia, no domingo.

Ushakov descreveu o ataque, que foi realizado com mísseis ATACMS dos EUA equipados com ogivas de fragmentação e matou quatro pessoas, incluindo duas crianças, e feriu 153.

A posição da Rússia

Vladimir Putin anunciou em meados de junho as condições para a abertura de negociações de paz com a Ucrânia. Ele declarou que as Forças Armadas ucranianas devem se retirar completamente do território da República Popular de Donetsk, da República Popular de Lugansk e das províncias russas de Kherson e Zaporozhie.

"Assim que Kiev declarar que está pronta para tal decisão e iniciar a retirada efetiva das tropas dessas regiões, e notificar oficialmente o abandono dos planos de adesão à OTAN, de nossa parte, imediatamente, literalmente naquele exato minuto, virá a ordem para cessar fogo e iniciar as negociações", disse Putin. Por sua vez, Zelensky descartou a proposta como um "ultimato", rejeitando-a de imediato.

Moscou tem afirmado repetidamente que a Rússia está pronta para resolver o conflito por meio de negociações. No entanto, Zelensky foi proibido por lei de negociar com Moscou.