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EUA poderiam instalar bases militares nesses países africanos
No entanto, algumas nações expressaram frustração com Washington por forçar questões como "democracia e direitos humanos" enquanto mantêm laços estreitos com líderes autocráticos em outras regiões.
Após o início da retirada das tropas norte-americanas localizadas no Níger e no Chade, Washington está considerando abrir novas bases militares em outros países da África Ocidental. Benin, Costa do Marfim e Gana poderiam receber contingentes norte-americanos, de acordo com relatórios citados pela AES Info.
Neste contexto, o chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, General Charles Q. Brown Jr., está esta semana em uma viagem pelo continente africano. Segundo o portal, o objetivo da visita "inusitada" é encontrar uma alternativa ao Níger, que recentemente decidiu recorrer à Rússia em busca de ajuda para implementar um projeto militar relevante, o que significa um "grande revés" para o Governo de Joe Biden.
"Vejo oportunidades", disse Brown aos repórteres durante sua visita à capital de Botsuana, Gaborone. "E há países com os quais já trabalhamos na África Ocidental", acrescentou, sem revelar mais detalhes. De acordo com a mídia, Benin, Costa do Marfim e Gana teriam tido conversas preliminares com representantes do Pentágono.
Autoridades em Washington disseram que não se deve esperar nem a construção de uma grande base militar, nem um deslocamento massivo de tropas americanas. Segundo a publicação, os EUA não conseguirão encontrar rapidamente um substituto adequado para o Níger, onde tinham uma base aérea avaliada em mais de 100 milhões de dólares.
Frustração com os EUA
Por sua vez, Mvemba Dizolele, diretor do Programa África do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais de Washington, afirmou, citado pela AP, que um ponto chave em qualquer discussão com os líderes africanos é reconhecer que a Casa Branca deve calibrar o que pede e espera desses Governos e seus exércitos.
Algumas nações africanas expressaram frustração com os EUA por forçarem questões como "democracia e direitos humanos", o que muitos veem como hipocrisia, dados os laços estreitos de Washington com líderes autocráticos em outras regiões, informa a agência.
A retirada dos conselheiros militares dos EUA do Níger e do Chade ocorre em um momento em que o Níger, assim como Mali e Burkina Faso, estão se afastando de anos de cooperação com os EUA e formando alianças com a Rússia.