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Gigantes da gravação processam empresas de IA

As gravadoras acreditam que a inteligência artificial está copiando suas gravações sem permissão para treinar sistemas para criar músicas que "competem diretamente" com o trabalho de artistas humanos.
Gigantes da gravação processam empresas de IAGettyimages.ru / dem10

Um grupo de gravadoras, incluindo a Sony Music, a Universal Music e a Warner Records, processou na segunda-feira as empresas de inteligência artificial (IA) Suno e Udio, acusando-as de cometer violação maciça de direitos autorais.

As grandes produtoras do setor musical acusaram as duas empresas de copiar suas gravações sem permissão para treinar seus sistemas de IA para criar músicas que "competem diretamente", "desvalorizam e, em última análise, silenciam" o trabalho de artistas humanos, segundo os processos federais movidos contra a Udio em Nova York e a Suno em Massachusetts.

Os documentos apresentados explicam que os usuários do Suno e do Udio conseguiram recriar elementos de músicas populares, como 'My Girl', do The Temptations, 'All I Want for Christmas Is You', de Mariah Carey, e 'I Got You (I Feel Good)', de James Brown. Além disso, destaca-se que, com a IA dessas empresas, foi possível gerar vozes "indistinguíveis" de músicos como Michael Jackson, Bruce Springsteen ou o grupo ABBA.

Os estúdios acusaram a Suno de copiar 662 músicas e a Udio de copiar 1.670 músicas, e pediram aos tribunais uma indenização de até 150.000 dólares por cada música supostamente copiada pelos demandados.

Por sua vez, o diretor executivo da Suno, Mikey Shulman, afirmou que a tecnologia de sua empresa "é transformadora" e foi projetada para gerar "produtos totalmente novos, não para memorizar e regurgitar conteúdo pré-existente", disse em um comunicado enviado por correio eletrônico ao The Washington Post. "Ao invés de iniciar um debate de boa fé, eles voltaram ao antigo manual do advogado", comentou sobre as ações judiciais.